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UE reitera apoio à OMS e diz que não é o momento de "apontar o dedo"

A União Europeia reiterou hoje o seu apoio aos esforços da Organização Mundial da Saúde (OMS) no combate à covid-19, face a novas ameaças dos Estados Unidos, e salientou que este não é o momento de "apontar o dedo".

UE reitera apoio à OMS e diz que não é o momento de "apontar o dedo"
Notícias ao Minuto

12:11 - 19/05/20 por Lusa

Mundo Covid-19

Questionada sobre a posição adotada na última madrugada pelo Presidente norte-americano, Donald Trump, que ameaçou tornar a suspensão temporária de fundos à OMS permanente e reconsiderar a participação dos Estados Unidos na agência, a porta-voz da Comissão Europeia responsável pelos Negócios Estrangeiros afirmou que, para a UE, "a cooperação global e a solidariedade através de esforços multilaterais são a única opção efetiva e viável para ganhar esta batalha" contra a pandemia.

"A UE apoia a cooperação internacional e soluções multilaterais nesta crise pandémica, como já tivemos oportunidade de dizer diversas vezes. Este é o momento da solidariedade, não o momento de apontar o dedo ou de prejudicar a cooperação internacional, em particular hoje, quando aguardamos para as próximas horas a aprovação de uma resolução que foi apresentada pela UE e pelos seus Estados-membros à assembleia-geral da OMS", declarou a porta-voz Virginie Battu-Henriksson.

A mesma porta-voz lembrou que, nessa resolução, a UE defende a "necessidade de retirar lições sobre como a comunidade internacional, incluindo a OMS, responderam à crise", mas "na altura apropriada", pois, reforçou, "agora é a altura de reforçar as organizações multilaterais e trabalhar em conjunto para responder a esta crise".

"A UE apoia os esforços da OMS para conter e mitigar a covid-19 e já providenciou financiamento suplementar para apoiar esses esforços", lembrou.

A reação da União Europeia surge depois de o Presidente norte-americano ter ameaçado terminar indefinidamente a contribuição para a OMS, no prazo de 30 dias, e admitido mesmo a possível saída dos Estados Unidos da organização.

"Se a OMS não se comprometer com melhorias significativas nos próximos 30 dias, tornarei a suspensão temporária de fundos à OMS permanente e reconsiderarei a nossa participação na agência", ameaçou Donald Trump, numa carta que enviou ao diretor-geral da OMS, partilhada na sua conta na rede social Twitter.

Na carta, com quatro páginas, o Presidente dos Estados Unidos anunciou que o seu Governo já "iniciou conversações sobre como reformar a organização" com o responsável da OMS, Tedros Adhanom, acrescentando que "não há tempo a perder" e que "é necessário atuar rapidamente".

Trump considerou que a OMS tem "uma alarmante falta de independência" em relação à China, frisando que entre as reformas planeadas por Washington está a desvinculação de Pequim.

"A única forma de avançar, para a OMS, é se realmente for capaz de demonstrar independência em relação à China", disse o Presidente norte-americano na carta, que elenca uma série de queixas que os Estados Unidos fazem sobre Tedros Adhanom e Pequim na gestão da pandemia do novo coronavírus.

No dia 14 de abril, Trump suspendeu a contribuição do país à OMS, anunciando que iria conduzir um estudo "para examinar o papel da OMS na má gestão e ocultação da disseminação do novo coronavírus".

Na carta enviada ao responsável da OMS, Trump deu por concluída a avaliação, confirmando "muitos dos sérios problemas" de que acusava a organização.

Até agora o maior contribuinte para a OMS, os Estados Unidos davam anualmente 400 a 500 milhões de dólares à organização, entre contribuições obrigatórias e voluntárias.

Os Estados Unidos são atualmente o país com mais mortos por covid-19 (mais de 90.000) e mais casos de infeção confirmados (mais de 1,5 milhões).

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 316.000 mortos e infetou mais de 4,7 milhões de pessoas em 196 países e territórios. Mais de 1,7 milhões de doentes foram considerados curados.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

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