Uma sondagem divulgada hoje pelo Centro de Investigações Sociológicas (CIS), um organismo público, 95% das 3.800 pessoas interrogadas consideram que a forte contenção imposta durante o surto da pandemia, que causou mais de 27.700 mortes em Espanha, é necessária ou muito necessária.
Além disso, 60% dos inquiridos considera que essas medidas de contenção, que começaram a ser flexibilizadas nas últimas semanas, deveriam ser prolongadas, enquanto 29% defende uma maior liberdade de movimentação das pessoas.
No entanto, a população espanhola não aprova a política do governo do socialista Pedro Sánchez: 46% da amostra afirma confiar nele, mas 48% dizem que têm pouca ou nenhuma confiança.
A sondagem, realizada de 04 a 13 de maio, é publicada numa altura em que o governo vai propor ao parlamento, esta quarta-feira, uma prorrogação do estado de emergência, em vigor desde 15 de março último, por mais duas semanas, até 06 de junho.
Desde a semana passada têm sido convocadas manifestações em vários pontos do país, por vezes com centenas de pessoas, contra as políticas do Governo minoritário de esquerda, apoiadas principalmente por partidos de direita.
Os manifestantes, na sua maioria com máscaras, devido à pandemia, agitam a bandeira espanhola e pedem a demissão do Governo, gritando por "liberdade".
A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 318 mil mortos e infetou mais de 4,8 milhões de pessoas em 196 países e territórios.
Para combater a pandemia, os governos mandaram para casa 4,5 mil milhões de pessoas (mais de metade da população do planeta), paralisando setores inteiros da economia mundial, num "grande confinamento" que vários países já começaram a aliviar face à diminuição dos novos contágios.
Os Estados Unidos são o país com mais mortos (90.369) e mais casos de infeção confirmados (mais de 1,5 milhões).
Seguem-se o Reino Unido (34.796 mortos, mais de 246 mil casos), Itália (32.007 mortos, quase 226 mil casos), França (28.239 mortos, cerca de 180 mil casos) e Espanha (27.709 mortos, mais de 231.600 casos).