Os médicos em causa, que decidiram ficar no Brasil quando a maioria de seus colegas regressaram a Cuba no final de 2018, receberam novamente o direito de exercer a profissão por parte do Ministério da Saúde e os seus nomes foram publicados na segunda-feira em Diário Oficial da União.
Como parte do programa "Mais Médicos", criado em 2013, sob a presidência de Dilma Rousseff (Partidos dos Trabalhadores, esquerda), mais de 8.000 médicos cubanos foram enviados para o Brasil para trabalhar em centros de saúde ou hospitais públicos, especialmente nas áreas mais pobres e remotas do país.
No entanto, em novembro passado, Cuba decidiu interromper o programa e mandou regressar os seus médicos, após o Presidente Jair Bolsonaro ter lançado duras críticas ao programa, questionando a competência dos profissionais cubanos e dizendo que as suas condições de trabalho eram parecidas com "escravatura", já que o Governo cubano lhes ficava com 70% do salário.
Indignada com as críticas, Cuba decidiu interromper a sua participação no programa em novembro de 2018, logo após a eleição de Bolsonaro para a presidência.
No entanto, várias centenas de médicos decidiram ficar no Brasil, em alguns casos porque eram casados e haviam constituído família no país. Contudo, perderam o direito de exercer medicina no Brasil e foram forçados a procurar outras profissões.
Os profissionais de saúde acabaram por ser recontratados quando a pandemia provocada pelo novo coronavírus saturou os serviços de saúde brasileiros, que precisam urgentemente de camas e equipamentos hospitalares, mas também de médicos.
Até segunda-feira, o Brasil totalizou 16.792 óbitos e 254.220 casos diagnosticados com covid-19 desde a chegada da pandemia ao país, informou o executivo brasileiro.
A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 318 mil mortos e infetou mais de 4,8 milhões de pessoas em 196 países e territórios.
Mais de 1,7 milhões de doentes foram considerados curados.