"Estamos a considerar isso [proibir voos do Brasil]. (...) Não quero pessoas a virem para cá e a infetarem o nosso povo. Também não quero que as pessoas fiquem doentes por lá. Estamos a ajudar o Brasil com ventiladores, estamos a enviar ventiladores para lá. O Brasil está a ter problemas, não há dúvida sobre isso", disse Donald Trump em conferência de imprensa.
Esta não é a primeira vez que o Presidente norte-americano avalia a suspensão de voos a partir do Brasil. No final do mês passado, Trump afirmou que "acompanha de perto" o "surto sério" do novo coronavírus no país sul-americano, dizendo ao governador da Florida, Ron DeSantis, que seria possível a suspensão dos voos.
"Se precisar [de interromper voos do Brasil], avise-nos", afirmou Trump a Ron DeSantis, citado pela imprensa.
O Brasil é o epicentro da covid-19 na América Latina e ocupa o terceiro lugar a nível mundial de países com maior número de casos ativos, apenas atrás dos Estados Unidos da América, que ocupa o primeiro lugar, e da Rússia, segundo o portal Worldometer, que compila quase em tempo real informações da Organização Mundial da Saúde, dos Centros de Controlo e Prevenção de Doenças, de fontes oficiais dos países, de publicações científicas e de órgãos de informação.
Até segunda-feira, o Brasil totalizou 16.792 óbitos e 254.220 casos diagnosticados com covid-19 desde a chegada da pandemia ao país, informou o executivo brasileiro.
Já os Estados Unidos têm o maior número de infeções e mortes pelo vírus, com 1,5 milhões de infetados e mais de 90.000 óbitos associados à covid-19.
A Casa Branca já vetou o acesso ao país a viajantes provenientes da China e de grande parte da Europa para conter a disseminação do novo coronavírus, algo que não evitou os contágios nos Estados Unidos.
Questionado hoje sobre quando tenciona levantar o veto a estrangeiros de grande parte da Europa, Trump respondeu: "Eu adoraria reabrir o mais rápido possível, mas temos de garantir que estamos a ir bem (nos esforços para conter a pandemia), e que eles também estão a ir bem".
O encerramento das fronteiras aéreas com a Europa começou em 14 de março, por um período inicial de 30 dias, que já foi renovado e que pode ser prolongado caso Trump considere apropriado.
A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 320 mil mortos e infetou quase 4,9 milhões de pessoas em 196 países e territórios.
Mais de 1,7 milhões de doentes foram considerados curados.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano passou agora a ser o que tem mais casos confirmados (mais de 2,1 milhões contra mais de 1,9 milhões no continente europeu), embora com menos mortes (quase 128 mil contra mais de 168 mil).