Milhões de deslocados e 13 mortos devido ao Amphan na Índia e Bangladesh
A chegada do ciclone Amphan à costa oriental da Índia e ao Bangladesh causou hoje a morte a pelo menos 13 pessoas e obrigou três milhões a saírem de suas casas, com as operações a serem dificultadas pelas precauções com a pandemia.
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Mundo Ciclone Amphan
"O super ciclone Amphan atravessou as costas de Bengala [na Índia] e do Bangladesh com uma tempestade ciclónica extremamente severa, com ventos entre 155 e 165 quilómetros/hora e rajadas até 185 km/h", anunciou o Departamento de Meteorologia da Índia, na sua última atualização, citado pela agência Efe.
As fortes rajadas de vento já causaram até ao momento pelo menos 10 mortos na Índia e três no Bangladesh.
A responsável máxima do Governo do estado de Bengala, Mamata Banerjee, informou em conferência de imprensa da morte de pelo menos 10 pessoas na região devido ao ciclone, que deixou várias zonas "completamente destruídas".
"Os diques dos rios, infraestruturas, tudo, incluindo as nossas instalações, foram danificados. Se esta é a situação com as nossas instalações, não se pode imaginar a situação que vivem os cidadãos. Peço que ninguém saia dos refúgios", alertou.
Mamata Banerjee realçou que foi possível retirar 500 mil pessoas de suas casas e que "todas essas vidas estão a salvo".
No Bangladesh, o responsável da polícia do distrito de Patuakhali, Mohammad Mainul Hasan, explicou que dois dos mortos no país são um voluntário da organização do Crescente Vermelho e uma criança.
"O voluntário afogou-se quando o seu barco capotou enquanto transportava pessoas para um refúgio", acrescentou, adiantando que uma criança de 5 anos morreu na sequência da queda de uma árvore.
Também a queda de uma árvore vitimou ainda um homem de 75 anos, segundo confirmou à agência Efe o chefe da polícia do distrito de Bhola, Zakir Hossain.
A chegada do ciclone Amphan coincide com a pandemia de covid-19 e estes países têm enfrentado a situação com regras de confinamento que permanecem em vigor.
O comandante-adjunto da Força Nacional de Resposta a Desastres em Bengala, Kumar Ravi, garantiu que as suas equipas de resgate estão a procurar minimizar o impacto da pandemia com distribuição maciça de máscaras e desinfetantes para mãos.
"Tivemos de fazer algumas alterações, pois não é possível seguir por completo as regras de distanciamento social numa situação como esta", notou
O Bangladesh, por seu lado, tem multiplicado o número de refúgios para reduzir os aglomerados de pessoas, estando ainda a realizar controlos médicos básicos nas entradas destes, distribuindo igualmente máscaras.
O ciclone Amphan, o mais poderoso desde o início do século na baía de Bengala, chegou hoje ao leste da Índia, com ventos de até 190 quilómetros por hora, anunciaram os serviços meteorológicos indianos.
"O ciclone atingiu terra firme. O olho está sobre a ilha de Sagar", localizada no estuário do rio Hoogly, a cerca de 100 quilómetros a sul de Calcutá, disse o diretor do centro meteorológico regional, Sanjib Banerjee.
Chuvas torrenciais e ventos fortes estão a devastar Calcutá, arrancando árvores, causando inundações e interrompendo as telecomunicações.
Grande parte da capital de Bengala Ocidental está mergulhada na escuridão, tendo a eletricidade sido cortada preventivamente pelos fornecedores para evitar acidentes.
O Amphan foi classificado na segunda-feira como de categoria 4 (em 5) na escala Saffir-Simpson, com ventos entre 200 e 240 quilómetros por hora, e é o ciclone mais poderoso a formar-se no golfo de Bengala desde 1999. Naquele ano, um ciclone matou 10.000 pessoas em Odisha.
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