"Determinei que é do interesse do país tomar medidas para restringir e suspender a entrada nos EUA, como imigrantes ou não imigrantes, de todos os estrangeiros que estiveram fisicamente presentes no Brasil durante o período de 14 dias que precedeu a sua entrada ou tentativa de entrada nos Estados Unidos", refere o Presidente norte-americano na ordem hoje decretada.
A medida visa limitar a propagação do novo coronavírus quando os números nos Estados Unidos começam a abrandar, uma vez que o Brasil é agora um dos maiores focos mundiais da pandemia, sendo já o segundo país com maior número de casos -- mais de 347 mil -- e pelo menos 22.013 óbitos oficialmente confirmados.
"A ação de hoje ajudará a garantir que os estrangeiros que estiveram no Brasil não se tornem uma fonte adicional de infeções no nosso país", afirmou também a porta-voz da Casa Branca, Kayleigh McEnany, sublinhando, porém, que "estas novas restrições não se aplicam ao fluxo de comércio entre os EUA e o Brasil".
O anúncio oficial veio confirmar a indicação já manifestada nas últimas horas pelo conselheiro de segurança nacional da Casa Branca, Robert O'Brien, que vincou que a administração Trump iria "tomar todas as medidas necessárias para proteger o povo norte-americano", numa altura em que o país já regista perto de 100 mil mortes associadas à covid-19.
Os Estados Unidos, que são o país com mais mortos (97.087) e mais casos de infeção confirmados (mais de 1,6 milhões), suspenderam os voos provenientes da China, da maior parte dos países da União Europeia e do Reino Unido, à medida que a pandemia ia alastrando.
O Brasil, com mais de 22 mil mortos e 347 mil casos, é o segundo país do mundo em número de infeções, enquanto a Rússia, que contabiliza 3.388 mortos, é o terceiro, com mais de 335 mil.
A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 343 mil mortos e infetou mais de 5,3 milhões de pessoas em 196 países e territórios.