Sánchez quer controlo sobre "o vírus da divisão e da provocação"

O presidente do Governo espanhol, Pedro Sánchez, pediu hoje para "manter sob controlo o vírus da divisão e da provocação", lembrando que quando o país luta pela vida e pela saúde pública deve haver acordos e coexistência.

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Lusa
31/05/2020 15:52 ‧ 31/05/2020 por Lusa

Mundo

Espanha

"Na etapa que se aproxima, a unidade é mais importante do que nunca", defendeu Sánchez no Palácio da Moncloa, onde anunciou que irá pedir uma última prorrogação do estado de alarme até 21 de junho.

A morte de mais de 27 mil pessoas em Espanha devido à covid-19 fez com que o Governo decretasse luto nacional durante 10 dias (com início na quarta-feira passada), o maior período de luto oficial desde que o país vive em democracia.

Foi neste ambiente que Pedro Sánchez pediu que não se use a bandeira espanhola para provocar, apelando à empatia por quem está a sofrer devido à pandemia de covid-19.

O segundo vice-presidente do Governo espanhol e líder do Unidos Podemos, Pablo Iglesias, acusou na quinta-feira o partido de extrema-direita Vox de querer fazer "um golpe de Estado" mas de "não se atrever". 

Quando questionado sobre se as suas palavras se dirigiam a esse incidente, Sánchez disse que os membros do Governo não devem "cair em tentação".

"O debate público tem de ser muito mais rico", disse, sublinhando que neste momento o importante é as pessoas estarem de acordo, porque a discussão é sobre "a vida e a saúde pública e, sobre isso, não deve haver debate partidário".

O governante lembrou que o objetivo do executivo é a "reconstrução" e, por isso, voltou a apelar à concórdia e ao diálogo "sem cair na tentação [...] da extrema-direita", que disse ter a sua agenda própria.

Pedro Sánchez anunciou hoje a "última prorrogação" do estado de alerta, que permite limitar a circulação das pessoas durante o desconfinamento progressivo do país, até 21 de junho.

Espanha é um dos países com mais casos de mortes e infeções, num 'ranking' que é liderado pelos Estados Unidos, onde já morreram mais de 103 mil pessoas e estão identificados 1,7 milhões de infetados.

Seguem-se o Reino Unido, Itália, o Brasil, a França e a Espanha, país que registou mais de 27 mil mortos e mais de 239 mil casos de infeção.

Para combater a pandemia, os governos mandaram para casa 4,5 mil milhões de pessoas (mais de metade da população do planeta), paralisando setores inteiros da economia mundial, num "grande confinamento" que vários países já começaram a aliviar face à diminuição dos novos contágios.

A nível global, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 369 mil mortos e infetou mais de seis milhões de pessoas em 196 países e territórios. Mais de 2,5 milhões de doentes foram considerados curados.

Em Portugal, morreram 1.410 pessoas das 32.500 confirmadas como infetadas, e há 19.409 casos recuperados, de acordo com os últimos dados da Direção-Geral da Saúde.

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