Argentina alarga quarentena e prepara-se para 100 dias de confinamento

O Presidente argentino ampliou na quinta-feira por mais três semanas o isolamento social obrigatório na área metropolitana de Buenos Aires e em outros centros urbanos, o que irá perfazer 100 dias de confinamento.

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Lusa
05/06/2020 06:37 ‧ 05/06/2020 por Lusa

Mundo

Covid-19

Contudo, Alberto Fernández anunciou que se passa do isolamento ao distanciamento social nas zonas sem contágio comunitário.

"Vamos ampliar o isolamento por mais 21 dias, até 28 de junho, mas, desta vez, vamos fazer uma diferenciação. Nas áreas com contágio comunitário como Buenos Aires, Córdoba, Rio Negro e Chaco, continuará como está. No resto do país vamos passar do isolamento ao distanciamento social", afirmou a partir da residência oficial de Olivos, na grande Buenos Aires.

O Presidente explicou que, fora as áreas onde o vírus circula com velocidade, os argentinos já não precisarão ficar confinados em casa, embora tenham de continuar com cuidados estritos. Porém, as zonas mais ricas do país nas quais se concentra quase metade da população, como as áreas metropolitanas de Buenos Aires e de Córdoba, vão continuar como no primeiro dia.

"Mais de 90% dos novos contágios acontecem na área metropolitana de Buenos Aires", justificou.

O anúncio também marcou uma modificação: desde que começou a quarentena total e obrigatória na Argentina em 20 de março, os anúncios apontavam a um horizonte de duas semanas, que agora passam a três.

"Os epidemiologistas preferem uma regra de mais longo prazo para diminuir a ansiedade na população do que aconteceria em duas semanas", argumentou Fernández.

Nas últimas duas semanas, multiplicaram-se manifestações de comerciantes, economistas, empresários e opositores a favor de mais flexibilizações, a exemplo do que ocorre em países que conseguiram controlar o vírus.

Com 20.197 contagiados e 608 mortos, a Argentina está entre os países com melhor resultado entre os países vizinhos. No entanto, apesar de celebrar os bons números, o Presidente não cedeu aos apelos, ao contrário de Paraguai, Uruguai, Equador, Brasil e México que iniciaram a flexibilizações das suas restrições nos últimos dias.

"Todos gostaríamos de voltar à nossa vida, mas essa é a realidade. E isso que fazemos tem sentido de ser feito, tem sentido continuar", afirmou Fernández.

O presidente apresentou um quadro para mostrar o bom desempenho argentino, comparando-o com o dos países vizinhos no que diz respeito às mortes por milhão de habitantes. A Argentina (12,8) é o terceiro melhor, apenas atrás de Paraguai (1,5) e de Uruguai (6,5), os dois de melhor desempenho, respetivamente. Bem melhores do que Colômbia (21,7), Bolívia (32,4), Chile (65,5), México (91,8), Peru (150), Brasil (153,8) e Equador (199,1).

"Os nossos resultados continuam a dar alento quando comparados com a região", destacou Alberto Fernández.

Sem nenhuma flexibilização para a área metropolitana de Buenos Aires, onde vivem 16 milhões de pessoas (Distrito Federal de Buenos Aires mais dez municípios, formando a grande Buenos Aires), o governador da capital argentina, Horacio Rodríguez Larreta, fez três pequenas modificações na rígida quarentena que já dura 77 dias.

A partir de segunda-feira (08), as crianças, acompanhadas de um dos seus pais, vão poder sair nos dois dias do fim-de-semana para um breve passeio de uma hora ao redor das suas casas (até agora, só podiam sair uma vez); as pequenas lojas de roupa que não ficarem nas grandes avenidas vão poder abrir; e, durante à noite, das 20 às 8 horas, as pessoas vão poder fazer exercícios físicos.

"Será uma quarentena 'cirúrgica' ou específica que contempla o bem-estar integral das pessoas", definiu Rodríguez Larreta, indicando que cada passo dado terá precisão nos protocolos de cuidado.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 389 mil mortos e infetou mais de 6,5 milhões de pessoas em 196 países e territórios.

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