"A dispersão dos hidrocarbonetos foi interrompida, já não vão para mais lado nenhum", disse um representante daquele ministério russo na região de Krasnoiarsk, explicando que a situação foi controlada através de uma represa flutuante e que o bombeamento do combustível já começou a ser feito.
"Estão a ser feitos esforços para eliminar a poluição", disse a mesma fonte, que admitiu desconhecer se a dispersão do combustível foi interrompida no rio Ambarnaïa ou no lago Piassino (na Sibéria), sendo que o último cenário seria muito mais grave porque corre para o rio que tem o mesmo nome e que é muito importante para a região.
O derrame aconteceu quando um dos tanques de combustível de uma fábrica de energia pertencente a uma subsidiária da gigante de mineração russa Norilsk Nickel rebentou na semana passada, provocando a fuga de 20.000 toneladas de petróleo.
A situação foi considerada como o pior acidente ecológico com hidrocarbonetos na região pelas organizações ambientais, que estão a ajudar a limitar os danos, num contexto dificultado pelos acessos limitados ao local e pela profundidade do rio, que impede operações de barco.
O presidente russo, Vladimir Putin, declarou na quarta-feira o estado de emergência e criticou publicamente os responsáveis locais, incluindo o presidente da subsidiária da Norilsk Nickel, que demorou a reagir e que acabou por dizer que não tinha havido qualquer falha por parte da empresa.
Segundo a Norilsk Nickel, o tanque foi danificado quando os pilares embutidos no pergelissolo (tipo de solo encontrado na região do Ártico) começaram a afundar, incidente que a empresa atribui às mudanças climáticas.
Este não foi o primeiro acidente ambiental da Norilsk Nickel, um dos principais produtores mundiais de níquel e paládio -- que servem para fabrico de catalisadores e baterias para veículos.
Em 2016, uma das suas fábricas derramou acidentalmente produtos químicos num rio do extremo norte, "pintando-o" de vermelho.
Na sexta-feira, o ministro das Situações de Emergência foi ao local para conhecer o progresso das operações de socorro, anunciando, na altura, que tinham sido recolhidas 200 toneladas de combustível e lubrificantes.
A associação ambientalista World Wide Fund for Nature (WWF) congratulou-se com o anúncio do Governo russo, elogiando a utilização de uma represa flutuante antes de o combustível chegar ao lago Piassino.