Irão responde a Trump que acordo entre países era pacto nuclear

O chefe da diplomacia iraniana respondeu hoje ao Presidente dos Estados Unidos, após Donald Trump considerar possível um acordo com o Irão, que os dois países já estiveram unidos no pacto nuclear de 2015 que Washington abandonou unilateralmente.

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Lusa
05/06/2020 16:34 ‧ 05/06/2020 por Lusa

Mundo

Irão/EUA

"Tínhamos um acordo quando se tornou Presidente. O Irão e outros membros do JCPOA (Plano de Ação Conjunto Global, o pacto nuclear assinado em Viena) nunca abandonaram a mesa (de negociações)", escreveu Mohammad Javad Zarif na rede social Twitter dirigindo-se a Trump.

Após a libertação anunciada na quinta-feira de um antigo militar norte-americano, Michael White, que esteve dois anos detido no Irão, o presidente dos Estados Unidos considerou que "é possível um acordo" entre os dois poderes inimigos.

Através do Twitter, Trump instou o Irão a tentar consegui-lo rapidamente. "Não esperem até depois das eleições norte-americanas para o grande acordo. Eu vou ganhar. Farão melhor negócio agora", escreveu.

Segundo analistas, as autoridades iranianas esperam que, se Trump não for reeleito em novembro, os Estados Unidos regressem ao JCPOA e levantem as duras sanções impostas à República Islâmica.

Referindo-se ao acordo nuclear como a base, Zarif sublinhou que são os Estados Unidos quem deve dar o primeiro passo, não o Irão. "Cabe-vos decidir quando desejam resolver" a questão, afirmou.

Em relação à libertação de White, que coincidiu com a do físico iraniano-norte-americano Mayid Taheri, condenado nos Estados Unidos por violar as sanções contra o Irão, o ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano disse que se tratou de "um intercâmbio humanitário".

Trump já declarou várias vezes que quer conseguir um acordo com Teerão, apesar de ter continuamente reforçado as sanções que restabeleceu quando abandonou o acordo nuclear, assinado também pelo Reino Unido, França, Alemanha, Rússia e China.

As sanções, que asfixiam a economia do Irão, levaram Teerão a um abandono gradual dos seus compromissos no âmbito do pacto, que visava limitar o seu programa nuclear em troca do levantamento de sanções internacionais.

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