Dados hoje divulgados pelo Gabinete Europeu de Apoio em matéria de Asilo mostram que "as restrições de viagem e as medidas nacionais de saúde relacionadas com a covid-19, impostas nos últimos meses, conduziram a uma redução drástica dos pedidos de asilo na Europa".
Em concreto, "apenas 8.730 pedidos de asilo foram registados na UE em abril, o número mais baixo desde, pelo menos, 2008, e uma diminuição acentuada de 87% em relação aos níveis anteriores à covid-19", em janeiro ou fevereiro deste ano.
As solicitações foram, principalmente, feitas por sírios (1.685), afegãos (780), iraquianos (701) e turcos (483).
Em janeiro deste ano, tinham-se verificado 7.981 pedidos de asilo de sírios, 6.881 de afegãos, 2.557 de iraquianos e 2.188 de turcos.
Acrescem os pedidos feitos por cidadãos da Venezuela e da Colômbia, países "que se tornaram nos principais países de origem nos últimos anos" devido à crise política e social daquela região, mas cujos números "foram quase insignificantes" devido à pandemia de covid-19 no espaço comunitário, segundo o Gabinete Europeu de Apoio em matéria de Asilo.
Em concreto, foram apresentados em abril 80 pedidos de asilo de venezuelanos à UE, número que compara com 5.013 em janeiro, bem como feitas 64 solicitações de colombianos, uma redução significativa face ao 5.272 do primeiro mês de 2020.
O Gabinete Europeu de Apoio em matéria de Asilo observa ainda que "o impacto da tomada de decisão das autoridades responsáveis pelo asilo foi muito menor do que o dos pedidos de asilo", precisando que, em abril, foram emitidas cerca de 35 mil decisões de primeira instância, uma redução de 31% face a janeiro.
Ainda assim, o organismo admite que a pandemia de covid-19 "conduziu a uma redução significativa dos atrasos em alguns países".
Esta entidade europeia prevê agora que "os pedidos aumentem lentamente nos próximos meses", o que já se verificou em maio.
"Os países da UE devem estar preparados para um aumento dos pedidos de asilo a médio prazo, nomeadamente devido às repercussões da covid-19 nos países com mais baixos rendimentos", conclui o Gabinete Europeu de Apoio em matéria de Asilo.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 412 mil mortos e infetou quase 7,3 milhões de pessoas em 196 países e territórios.
Em Portugal, morreram 1.497 pessoas das 35.600 confirmadas como infetadas, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano passou a ser o que tem mais casos confirmados, embora com menos mortes.