Nas últimas 24 horas, o país registou 3.803 novos casos de coronavírus, elevando o número total de vítimas para 102.292, informou a vice-diretora geral do Serviço de Saúde, Nasima Sultana, no boletim diário sobre a situação da pandemia.
Além disso, entre quarta-feira e hoje morreram 38 pessoas, totalizando 1.343 mortes relacionadas com a pandemia.
Com os novos casos contabilizados, o Bangladesh ultrapassou o Canadá e passou a ser o 17.º país mais afetado pela covid-19, segundo dados da Universidade John Hopkins, nos Estados Unidos.
Os casos contabilizados não revelam o número total de infeções no país, já que muitos doentes evitam submeter-se às longas filas de espera para serem testados.
É o caso da família do banqueiro Bipul Sarkar, que apresentou um resultado positivo na terça-feira num teste feito depois de apresentar sintomas relacionados com o coronavírus.
Apesar de outros três membros da sua família mostrarem os mesmos sintomas, nenhum foi fazer o teste.
"Achei que não precisavam de fazer o teste porque todos temos os mesmos sintomas e eu dei positivo. Por isso, estamos todos a tomar o mesmo medicamento", disse Sarkar à agência de notícias espanhola Efe, reconhecendo que evita levar os seus familiares ao hospital porque "eles não estão nas melhores condições".
De acordo com as autoridades sanitárias do Bangladesh, o país tem 12.034 camas hospitalares e 339 unidades de cuidados intensivos, entre hospitais públicos e privados, para doentes com covid-19, mas a maioria já está ocupada.
Por isso, as autoridades decidiram dar prioridade aos tratamentos em casa como forma de evitar um colapso do serviço nacional de saúde.
"Temos serviços de telemedicina e uma linha direta para as pessoas que recebem tratamento em casa. Além disso, lançámos um serviço para contactar as pessoas por telefone aleatoriamente", explicou a diretora do Controlo de Doenças Transmissíveis do Serviço de Saúde, Shahnila Ferdousi.
A pandemia de covid-19 já provocou quase 449 mil mortos e infetou mais de 8,3 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.