Ativista promete continuar a enviar balões para a Coreia do Norte

O ativista norte-coreano Park Sang-hak, que atualmente vive na Coreia do Sul, disse hoje a vários meios de comunicação que vai continuar a enviar balões com propaganda para a Coreia do Norte, que cortou as comunicações com os sul-coreanos.

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Lusa
22/06/2020 13:33 ‧ 22/06/2020 por Lusa

Mundo

Coreias

Park e a sua organização não-governamental (ONG) "Lutadores pela Coreia Livre" estão no meio de uma polémica desde que o regime norte-coreano, de Kim Jong-un, ficou furioso com remessas de balões que estes ativistas realizaram no início de junho e que levou a Pyongyang cortar as comunicações com Seul.

"Envio panfletos para informar o povo norte-coreano que se imigrarem para lugares como a Coreia do Sul, os Estados Unidos ou o Japão, não serão transformados em fantoches imperialistas, tal como o regime quer fazer acreditar", declarou Park em Seul, onde reuniu alguns jornalistas estrangeiros.

Seul ativou esta semana dispositivos de segurança na fronteira para impedir o lançamento de novos balões, embora Park - que chegou à Coreia do Sul em 1999 - tenha dito que planeia fazê-lo novamente.

Não é a primeira vez que Park e o seu grupo - formado principalmente por refugiados que enviam balões de propaganda para o lado norte-coreano desde 2006 - desencadeiam a ira do regime da Coreia do Norte.

Entre 2014 e 2015, as suas atividades aumentaram bastante a tensão na fronteira, pois o exército do norte disparou nos balões para impedir que chegassem ao seu território, o que acabou causando trocas de tiros entre as tropas dos dois países.

Segundo Park, a atitude do Governo do Presidente Moon Jae-in, que denunciou a sua ONG por violação das leis de tráfego aéreo, entre outras, levou a um aumento das contribuições e adesão ao seu grupo.

"Moon está do lado de Kim Jong-un. Ele está a destruir a voz dos refugiados. Realmente, pergunto-me se estamos em Seul ou em Pyongyang", exclamou com um tom de raiva típico de muitos refugiados que, como Park, descobriram que os seus familiares foram punidos ou executados após a descoberta das fugas.

Embora o grupo de ativistas tenha enviado os balões apenas três vezes neste ano (em comparação com 11 em 2019), Park acredita que a família Kim está realmente zangada com os balões, apesar do facto de muitos analistas pensarem que Pyongyang está a usar esta situação como desculpa como parte de uma estratégia de pressão a Seul.

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