"Encorajamos os países a serem criativos, a encontrar formas de as pessoas continuarem com a sua vida, ao mesmo tempo que as protegem", afirmou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, numa videoconferência de imprensa transmitida da sede da organização, em Genebra, na Suíça.
Segundo Tedros Adhanom Ghebreyesu, "todos os países estão a enfrentar um equilíbrio difícil", o de "proteger as pessoas" de uma nova doença respiratória infecciosa, que se propaga facilmente e mata, e o de "minimizar os danos sociais e económicos" decorrentes de uma pandemia.
"Há uma escolha entre as vidas e a subsistência", referiu o diretor-geral da OMS, assinalando que "alguns países" assistem a um "aumento rápido" de novos casos "à medida que reabrem a sua economia".
O diretor-executivo do Programa de Emergências de Saúde da OMS, Michael Ryan, reconheceu que "não há um risco zero" na pandemia da covid-19 e que "é um dilema" para os países "equilibrar as medidas de isolamento e proteger os meios de subsistência das pessoas".
Contudo, de acordo com o epidemiologista irlandês, as medidas para conter a propagação da doença devem ser proporcionais e revistas e focar-se, designadamente, na vigilância e na eliminação de novos focos de infeção.
O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesu, considerou que os países devem "duplicar esforços fundamentais" como testar, isolar e cuidar de casos suspeitos e doentes com covid-19 e pediu que as pessoas, individualmente, façam "a sua parte" para se protegerem a si e às outras pessoas da infeção, como manter o distanciamento físico, lavar as mãos e usar máscara quando o distanciamento é difícil de manter.
"Parece que quase todos os dias alcançamos um novo e sombrio eco" da pandemia da covid-19, lamentou, recordando o novo recorde diário atingido no mundo, e divulgado hoje de manhã, de mais de 183 mil novos casos de infeção.
A pandemia da covid-19 já provocou mais de 468 mil mortos e infetou quase nove milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência noticiosa francesa AFP.
Em Portugal, morreram 1.534 pessoas das 39.392 confirmadas como infetadas, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A covid-19 é causada por um novo coronavírus (tipo de vírus) detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.
As medidas para combater a pandemia paralisaram setores inteiros da economia mundial.