O júri de Glynn County, no estado da Geórgia, acusou três homens brancos envolvidos no homicídio de Ahmaud Arbery, um homem negro de 23 anos, no passado dia 23 de fevereiro, adianta o The New York Times. Gregory McMichael, de 64 anos, o seu filho Travis McMichael, de 34 anos e William Bryan, de 50 anos, foram acusados cada um de nove crimes, incluindo quatro crimes de homicídio, dois de agressão agravada e um crime de homicídio malicioso.
"Este é mais um passo em frente na procura de justiça para Ahmaud", reagiu o gabinete da procuradora de Cobb County, Joyette M. Holmes.
O caso do homicídio de Ahmaud Arbery foi mais um que deixou patente um problema de racismo sistémico nos Estados Unidos.
Na tarde do dia 23 de fevereiro, Ahmaud Arbery estava a correr num bairro de Brunswick. Parou junto a uma casa em construção, perto da residência dos McMichaels.
Gregory, um antigo agente da polícia, e Travis pegaram nas suas armas, entraram na sua carrinha e começaram a perseguir Arbery. William Bryan também entrou no seu veículo e juntou-se à perseguição. Arbery foi intercetado por Travis McMichael que tinha uma caçadeira. Os dois envolveram-se fisicamente numa disputa pela caçadeira e Travis McMichael disparou três vezes contra Ahmaud Arbery.
William Bryan filmou a disputa entre os dois homens e o homicídio de Arbery. Numa audiência no tribunal este mês, Richard Dial, um dos investigadores do caso, afirmou que Bryan ouviu Travis McMichael usar uma expressão de cariz racista depois de disparar contra Arbery.
Gregory e Travis McMichael foram detidos no dia 7 de maio e William Bryan dias depois. Gregory McMichael disse à polícia que Ahmaud Arbery tinha semelhanças com o suspeito de uma série de assaltos a residências em Brunswick.