A ministra da Defesa australiana, Linda Reynolds, disse que os militares vão ser enviados para a cidade "nos próximos dias".
"Eles [militares] vão ajudar a monitorizar o desenvolvimento do estado de saúde dos viajantes colocados em quarentena nos hotéis e também vão fornecer assistência logística às estruturas de testes à covid-19", disse.
O novo surto epidémico apareceu num hotel em Melbourne, onde os australianos que regressavam do exterior estavam hospedados, e numa loja da H&M no norte da cidade.
A ministra da Defesa, Linda Reynolds, especificou que 850 soldados vão monitorizar os viajantes em quarentena no hotel e outros 200 vão fornecer apoio médico e logístico aos centros de testes.
O exército é usado para monitorizar as fronteiras entre os estados e ajudar nos serviços médicos e de emergência, especialmente no estado de Vitoria.
A colocação de um contingente militar tão numeroso numa grande cidade australiana, no entanto, não tem precedentes desde o início da crise provocada pela covid-19.
O estado de Vitoria identificou cerca de 150 novos casos na semana passada, principalmente em Melbourne, um aumento significativo num país onde a epidemia já tinha sido controlada.
De acordo com as autoridades, foram registados hoje pelo menos 37 novos casos em todo o país, o maior total diário desde meados de abril.
O ministro da Saúde da Austrália, Greg Hunt, disse que o governo federal ofereceu assistência logística militar e quatro estados ofereceram-se para ajudar a localizar o contacto com as pessoas infetadas.
"Esse apoio vai permitir a realização de mais testes e obter os resultados rapidamente", disse um porta-voz do governo de Vitoria.
O primeiro-ministro Daniel Andrews disse que mil trabalhadores foram de porta em porta para pedir aos moradores dos bairros mais atingidos que fizessem os testes. O objetivo é testar 100.000 pessoas em dez bairros em dez dias.
"Esta campanha intensiva nos bairros visa encontrar todas as pessoas que têm o vírus e colocá-las em quarentena com o apoio adequado", disse o primeiro-ministro aos jornalistas.
"Os números vão subir, mas esta é a estratégia: temos que encontrar os casos", disse.
Os grandes supermercados do estado foram forçados a limitar novamente as compras de papel higiénico e necessidades básicas na quarta-feira, enquanto as autoridades de saúde planeiam implementar medidas de contenção nas áreas mais afetadas pela epidemia.
Até agora, a Austrália registou cerca de 7.500 casos e 104 mortes numa população de 25 milhões de habitantes.