O diretor da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse hoje que "a Alemanha e a França são amigas de longa data", salientando que esta é a primeira visita que recebe dos ministros da Saúde destes dois países.
A visita acontece um mês e meio depois de o Presidente dos EUA, Donald Trump, ter anunciado a suspensão do financiamento do seu país à OMS, acusando-a de má gestão da pandemia e de demasiada proximidade aos interesses da China.
Em Genebra, o ministro da Saúde francês, Olivier Véran, disse hoje querer exprimir "o apoio da França e do eixo franco-alemão à OMS, no que ela representa", considerando que a organização sob tutela das Nações Unidas representa uma ferramenta essencial na luta contra a propagação de doenças.
"Vim reiterar a confiança da França na capacidade da OMS para lidar com os riscos emergentes", disse Véran, em conferência de imprensa.
O ministro da Saúde de França anunciou ainda o reforço da contribuição do seu país para a OMS, com 100 milhões de máscaras e 90 milhões de euros, que serão utilizados no âmbito da construção de uma academia da organização em Lyon (no centro-este do país), destinado a treino e pesquisa.
Ao seu lado na conferência de imprensa, o homólogo alemão, Jens Spahn, anunciou que a Alemanha doará máscaras e equipamento médico à OMS.
"Ao incluir este equipamento médico, o Ministério da Saúde alemão fornecerá mais de 500 milhões de euros à OMS, este ano", disse Spahn.
Os dois ministros da Saúde enfatizaram, contudo, que este apoio não se destina a substituir os fundos norte-americanos, que ficaram suspensos com a decisão de Trump, que são a principal fonte de financiamento da organização.
"Temos de discutir dentro da OMS, com outros estados membros e com os EUA, como trabalharemos e como vamos gerir qualquer eventual mudança. Até agora, não está claro o que acontecerá com o financiamento da organização", disse o ministro da Saúde alemão.
A pandemia de covid-19 já provocou quase 482 mil mortos e infetou mais de 9,45 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.