"A covid-19 amplifica desigualdades que muitas mulheres, crianças e adolescentes já enfrentam. Muitos países estão a registar perturbações em serviços rotineiros de saúde, como imunizações, planeamento familiar e cuidados pré-natais, apoio a crianças doentes e gestão de subnutrição", alertou Ghebreyesus.
O responsável falava na abertura de "Vidas em risco", uma cimeira que pretende emitir um apelo aos líderes internacionais para que se comprometam com um plano de sete pontos para melhorar e aumentar o investimento em sistemas de saúde e políticas de proteção social para mulheres, crianças e adolescentes à medida que o mundo recupera da pandemia.
Tedros Ghebreyesus referiu que os problemas estão a ser mais sentidos em países de rendimento baixo e médio, onde "milhões de bebés estão por receber vacinas importantes contra doenças perigosas", como difteria, sarampo ou poliomielite.
"As famílias de rendimentos baixos podem não ter acesso a serviços críticos transferidos para a Internet, como serviços de saúde e ensino, nem conseguem ter acesso a cuidados privados e medicamentos da forma que outras famílias podem", vincou.
O diretor-geral da OMS defendeu uma "abordagem intersetorial" para responder às falhas que surgiram devido ao colapso de serviços naqueles países.
A cimeira recebeu a inscrição de cerca de 1.500 delegados de 110 países no evento, que decorre de forma virtual, pela Internet, entre hoje e quinta-feira.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 511 mil mortos e infetou mais de 10,5 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.