O governo italiano está a analisar a hipótese de implementar internamentos forçados nas unidades hospitalares a pessoas infetadas com o coronavírus e que recusem tratamento, adianta o The Guardian. A possibilidade foi aventada na sequência de um surto de infeções na região de Veneto, no norte de Itália, e que foi provocada por um homem que desenvolveu sintomas associados à Covid-19 e que rejeitou inicialmente o tratamento médico.
O homem de 64 anos, residente em Vicenza, tinha regressado de uma viagem de negócios à Sérvia, tendo o diagnóstico de Covid-19 sido posteriormente confirmado. Encontra-se agora hospitalizado em estado grave.
Antes de ser internado esteve presente num funeral e numa festa de aniversário, tendo infetado cinco pessoas. As autoridades tiveram de colocar outras 89 pessoas em quarentena.
"Estou a avaliar com o meu departamento legal a hipótese de um tratamento de saúde compulsivo em situações em que uma pessoa deve ser tratada mas recusa", referiu Roberto Speranza, ministro da Saúde italiano.
O governante avisou ainda que as pessoas com Covid-19 que não cumprem o isolamento podem enfrentar penas de prisão e destacou que a quarentena de 14 dias para as pessoas que cheguem a Itália provenientes de países fora do espaço Schengen deve ser respeitada.
Luca Zaia, governador da região de Veneto, já apelou à implementação de internamentos compulsivos e aprovou a aplicação de uma coima de mil euros a quem ignorar as regras de quarentena.