O país dos Balcãs registou nas últimas 24 horas 386 novas contaminações e 18 mortos, declarou a primeira-ministra Ana Brnabic, ao lamentar um "aumento dramático".
Em simultâneo, criticou os participantes nas manifestações que decorrem há três dias em Belgrado e outras cidades, e que degeneraram em violências durante duas noites na capital sérvia.
"No que respeita aos manifestantes, não houve comportamento mais irresponsável neste momento", disse. "Veremos dentro de três ou quatro dias o resultado das manifestações", prosseguiu, para exortar "todos os cidadãos a respeitarem estritamente as medidas em vigor".
Os manifestantes insurgiram-se em particular contra o Presidente, Aleksandar Vucic, acusado de ter favorecido uma segunda vaga da epidemia ao abolir rapidamente o confinamento inicial para organizar as eleições de 21 de junho, que o seu Partido Progressista Sérvio (SNS) venceu por larga margem.
As manifestações eclodiram após o Presidente ter anunciado na terça-feira a reimposição do recolher obrigatório durante o fim de semana. As autoridades acabaram por renunciar a esta medida, que não impediu os manifestantes de desceram à rua.
A nova vaga surge no âmbito de um desconfinamento rápido, com a realização de eventos desportivos de massas, incluindo um torneio de ténis organizado por Novak Djokovic, que testou positivo quatro dias mais tarde.
Altos responsáveis políticos também ficaram infetados após as celebrações da vitória eleitoral do partido no poder.
Os dados oficiais indicam um total de 18.000 pessoas atingidas pela covid-19, com 370 mortos até hoje.
Aleksandar Vucic já referiu que existem hospitais a atingir o limite da capacidade, enquanto os responsáveis oficiais indicaram que "Belgrado regista a situação sanitária mais crítica".
Hoje, a Croácia e a Bósnia-Herzegovina também anunciaram um número recorde de novas contaminações diárias, respetivamente com 116 e 316 casos.
A pandemia de covid-19 já provocou 555 mil mortos e infetou mais de 12,2 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Os Estados Unidos são o país com mais mortos (133.291) e mais casos de infeção confirmados (mais de 3,1 milhões).
Seguem-se Brasil (69.184 mortos, mais de 1,75 milhões de casos), Reino Unido (44.650 mortos, mais de 288 mil casos), Itália (34.929 mortos e mais de 242 mil casos), México (33.526 mortos, mais de 282 mil casos), França (29.982 mortos, mais de 207 mil casos) e Espanha (28.403 mortos, quase 254 mil casos).
A Índia, que contabiliza 21.604 mortos, é o terceiro país do mundo em número de infetados, depois dos EUA e do Brasil, com mais de 793 mil, seguindo-se a Rússia, com mais de 713 mil casos e 11.017 mortos.