A manifestação foi organizada por muitos grupos de trabalhadores, principalmente de independentes, mas também de setores severamente afetadas pela pandemia, como o turismo e o entretenimento.
Na Praça Rabin, cheia de gente, vários trabalhadores subiram ao palco e expressaram as suas exigências, diante de todos os manifestantes, que vieram de diferentes partes do país, com bandeiras e faixas com mensagens como "libertem o dinheiro", "estamos fartos" e "deixem-nos viver da nossa arte".
Centenas de polícias garantiram a segurança durante o protesto e supervisionaram o cumprimento das regras de distanciamento social entre os manifestantes, incluindo o uso de máscaras.
Os organizadores optaram por tornar o protesto apolítico e, em vez de darem voz aos políticos da oposição, deram destaque a alguns dos trabalhadores que mais sofrem com as restrições adotadas para impedir a propagação do novo coronavírus.
Os manifestantes pediram benefícios imediatos para os trabalhadores independentes e para os setores e indústrias mais duramente atingidas pela pandemia, e discordaram do plano económico anunciado pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, na quinta-feira, que, entre outras medidas, prolonga os subsídios especiais de desemprego até junho de 2021 e prevê apoios para as pequenas e médias empresas.
Os números do desemprego, que subiram de 4% para quase 25% devido à primeira vaga de covid-19 no país, caíram acentuadamente durante a rápida recuperação, em maio, mas voltaram a subir nas últimas semanas devido às novas medidas, ultrapassando 20% (cerca de 850.000 trabalhadores) esta semana.
Foi precisamente a rápida contenção da pandemia que, segundo os especialistas e até o primeiro-ministro deu origem à segunda vaga, que levou o país a registar há vários dias mais de 1.000 novos casos de infeção diários e elevou o número de infetados para 37.464, com um total de 354 mortes.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 561 mil mortos e infetou mais de 12,58 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.