Irão confirma pena de morte para três pessoas envolvidas em manifestação

A Autoridade Judicial iraniana anunciou hoje a confirmação da pena de morte para três pessoas envolvidas nas manifestações de novembro de 2019 desencadeadas por um aumento do preço do combustível.

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© Reuters

Lusa
14/07/2020 13:30 ‧ 14/07/2020 por Lusa

Mundo

Supremo Tribunal

A pena capital "foi confirmada pelo Supremo Tribunal após um recurso dos acusados e dos seus advogados", indicou o porta-voz do sistema judicial, Gholamhossein Esmaili, citado pelo Mizan Online, o 'site' oficial da justiça, sem revelar a identidade dos condenados ou referir quando ocorreu a primeira condenação.

Esmaili disse que dois deles foram detidos num "assalto à mão armada" e que foram recolhidas provas nos seus telemóveis, mostrando que durante as manifestações tinham incendiado bancos, edifícios públicos e autocarros.

A 15 de novembro do ano passado começou um movimento de contestação, após ter sido anunciado um grande aumento do preço do combustível em plena crise económica, que afetou uma centena de cidades iranianas.

Postos da polícia foram atacados, lojas pilhadas e bancos e postos de combustível incendiados. As autoridades cortaram a Internet durante uma semana.

"Eles filmaram isso tudo (...) e enviaram para agências de notícias estrangeiras", declarou Esmaili, segundo um extrato das suas declarações transmitido pela televisão do Estado.

"Foi assim que foi determinado que estes ladrões armados são os bandidos que cometeram esses crimes durante os distúrbios. Eles próprios forneceram as melhores provas", adiantou.

Esmaili não disse quando é que o veredicto tinha sido dado, mas numa entrevista divulgada no sábado pelo jornal reformador Charq, o advogado dos acusados criticou o julgamento, afirmando que a defesa não teve acesso os dossiês.

Segundo o advogado Mostafa Nili, aquelas três pessoas estavam nas manifestações de novembro "porque a sua vida tinha sido afetada pelo elevado preço do combustível".

De acordo com o Charq, os três condenados são Amirhossein Moradi, 26 anos, vendedor de telemóveis, Said Tamdjidi, 28 anos, estudante, e Mohammad Radjabi, também de 26 anos.

Nili disse que a defesa vai exigir um novo julgamento, sublinhando que os homens "insistem que não cometeram qualquer ato de sabotagem, incêndio ou distúrbio" e que não existe "qualquer documento" provando más ações, além das suas "próprias confissões" que renegaram durante o julgamento.

Washington indicou que a repressão das manifestações de novembro no Irão causou mais de 1.000 mortos, enquanto um grupo de especialistas independentes a trabalhar para o Alto Comissariado para os Direitos Humanos da ONU considerou que o balanço pode ser superior a 400 mortos (incluindo 12 crianças).

As autoridades iranianas deram conta de 230 pessoas mortas nos tumultos.

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