"Persistem divergências sérias" na UE sobre fundo de recuperação
A chanceler alemã, Angela Merkel, admitiu hoje que persistem "divergências sérias" entre os Estados membros da União Europeia (UE) em relação ao fundo de recuperação económica após a pandemia de covid-19.
© Reuters
Mundo Covid-19
Merkel falava após uma reunião, em Berlim, com o presidente do Governo espanhol, Pedro Sánchez, que, por seu lado, pediu aos 27 que se ultrapassem os vetos e que se trabalhe para se alcançar um acordo no Conselho Europeu que decorre nas próximas quinta e sexta-feira.
Merkel admitiu que os Estados membros da UE são "coincidentes" na defesa da necessidade de se superar os problemas financeiros provocados pela pandemia do novo coronavírus, mas também que pode acontecer que o acordo possa não ser alcançado na reunião, pelo que reconheceu que poderá haver a necessidade de se recorrer a outro Conselho Europeu.
"Estamos conscientes da necessidade de se atuar rapidamente", afirmou a chanceler alemã, para quem este é o objetivo prioritário do Conselho Europeu, que recupera o formato presencial, após vários meses de conferências virtuais.
Sánchez, por seu lado, sublinhou que os líderes da UE vão ser chamados, "na base do diálogo", para alcançar um acordo sobre o fundo de reconstrução económica para que se possa ultrapassar as consequências da pandemia.
"Estamos perante um momento histórico", afirmou Sánchez, aludindo à reunião do Conselho Europeu.
A chanceler da Alemanha, país que exerce desde 01 deste mês a presidência rotativa da UE, prosseguiu hoje com Sánchez a ronda de contactos com líderes da União Europeia, depois de ter recebido, sexta-feira, o homólogo holandês, Mark Rute, e, segunda-feira, o italiano, Giuseppe Conte.
Os Países Baixos, em conjunto com a Áustria, Dinamarca e Suécia, constituem a posição mais dura na negociação do fundo para resgatar as economias europeias na fase posterior à pandemia.
A proposta da Comissão Europeia (CE) contempla um total de 750.000 milhões de euros, entre ajudas a fundo perdido e créditos, cuja divisão está por definir.
As medidas para combater a pandemia paralisaram setores inteiros da economia mundial e levaram o Fundo monetário Internacional (FMI) a fazer previsões sem precedentes nos seus quase 75 anos: a economia mundial poderá cair 3% em 2020, arrastada por uma contração de 5,9% nos Estados Unidos, de 7,5% na zona euro e de 5,2% no Japão.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 573 mil mortos e infetou mais de 13,12 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Itália (34.984 mortos e mais de 243 mil casos), França (30.007 mortos, mais de 208 mil casos) e Espanha (28.409 mortos, mais de 256 mil casos) são os países da UE mais afetados.
Em Portugal, morreram 1.668 pessoas das 47.051 confirmadas como infetadas, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
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