Covid-19. Oposição venezuelana denuncia que 72 mortos não registados

A oposição venezuelana denunciou, na quinta-feira, que 72 mortes causadas pela covid-19 não foram incluídas nos dados oficiais do país, onde foram contabilizados 100 óbitos.

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Lusa
17/07/2020 04:20 ‧ 17/07/2020 por Lusa

Mundo

Covid-19

 

O deputado opositor José Manuel Olivares afirmou que "72 mortos não estão registados nos dados oficiais", durante uma conferência de imprensa virtual, transmitida pelas redes sociais, em Bogotá, na Colômbia.

Olivares, que também é médico, salientou que "em cada cinco pessoas" mortas devido à covid-19 "uma era profissional da Saúde" na Venezuela, onde já morreram "22 profissionais", incluindo um paramédico, duas enfermeiras e 19 médicos.

José Manuel Olivares frisou que a doença tem uma taxa de mortalidade de 2% na Venezuela, e de 21% no setor da saúde, alertando para o que poderá acontecer no país "sem raios-X, tratamentos, vacinas, ambulâncias, água" e onde "também não há médicos".

De acordo com os dados oficiais, 10.428 pessoas foram até agora contagiadas com o novo coronavírus (SARS-CoV-2). Destas, 3.050 foram consideradas curadas e 100 morreram.

O médico questionou também o recente anúncio do Presidente venezuelano, Nicolás Maduro, de que iria construir um hospital de campanha, depois de em abril, ter indicado existirem 27.780 camas disponíveis para casos de covid-19.

"Se na Venezuela há apenas 10 mil casos, porquê construir um hospital de campanha", questionou o médico.

Para José Manuel Olivares, não há tantas camas disponíveis no país, já que não se trata apenas de um colchão e um lençol e são precisos "ventiladores, pessoal de saúde, médicos, aparelhos de tomografia, de raios-X e uma infraestrutura especial para casos graves".

A Venezuela está desde 13 de março em estado de alerta, o que permite ao Governo decretar "decisões drásticas" para combater a pandemia.

Os voos nacionais e internacionais estão restringidos até 12 de agosto próximo e os cidadãos estão impedidos de circular entre as diferentes regiões do país.

Com frequência os jornalistas queixam-se que estão impedidos de fazer a cobertura informativa sobre a covid-19 e que estão proibidos de aproximar-se aos sítios onde os pacientes recebem tratamento, sob risco de serem detidos.

A pandemia de covid-19 já provocou mais de 585 mil mortos e infetou mais de 13,6 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.

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