O executivo liderado por Shinzo Abe escolheu esta opção em resposta às críticas das autoridades regionais, em relação à iniciativa para reativar o setor turístico doméstico japonês, castigado pelas restrições que, na prática, impedem a chegada de visitantes estrangeiros.
O painel de peritos médicos, de assessoria ao Governo, deu "luz verde" à campanha 'Go To Travel' sem a inclusão de Tóquio, disse o ministro dos Transportes e do Turismo japonês, Kazuyoshi Akaba, em conferência de imprensa.
Esta decisão foi tomada, tendo em conta que em Tóquio "o número de contágios é elevado, chegando a quase metade do total do país", acrescentou o ministro, salientando que a prioridade do Governo é "tomar medidas contra o coronavírus".
A capital nipónica voltou hoje a registar, pelo segundo dia consecutivo, um novo máximo do número de casos da covid-19, 290, o que eleva para 8.930 o número de contágios em Tóquio desde o início da epidemia.
Das 46 prefeituras restantes, só a de Osaka ultrapassou as duas mil infeções, enquanto uma larga maioria delas apenas registou menos de 200 casos.
O Japão registou 23.658 casos de covid-19 desde o início da epidemia, de acordo com os últimos dados oficiais.
A campanha "Go To Travel", a começar na próxima quarta-feira, consiste em descontos em despesas de alojamento e de transporte até 20 mil ienes diários (164 euros) para residentes que realizem viagens dentro do país.
O turismo japonês atravessa uma grave crise devido à quebra do número de visitantes estrangeiros, na sequência das fortes restrições aplicadas nas fronteiras do país, com a proibição de entrada de viajantes de cerca de 130 países.
A companha vai somar-se a outras ajudas do Governo aos particulares e às empresas para apoiar a recuperação da atividade económica, após o impacto da pandemia.
Devido à desigual distribuição dos contágios no Japão, alguns executivos regionais, incluindo o de Tóquio, opuseram-se ao arranque da campanha nas respetivas áreas devido ao risco de propagação da doença por todo o país.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 585 mil mortos e infetou mais de 13,6 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência de notícias France-Presse (AFP).
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.