A Suécia apresenta já um dos piores balanços do mundo quanto ao número de óbitos por cada 100 mil habitantes, com um registo de 56 e a alteração do total de mortes resultantes da pandemia colocará o país no topo da lista.
As previsões constam de um dos três cenários considerados pela agência de saúde pública, que atraiu a atenção de todo o mundo pela abordagem menos rigorosa contra o novo coronavírus.
O relatório da pandemia na Suécia conta hoje com 5.646 mortes e 78.166 casos confirmados, colocando o país nórdico no pelotão dos países mais afetados, mesmo quando as autoridades apontam para uma desaceleração de novos casos, incluindo graves e óbitos.
Segundo a agência de saúde pública sueca, o cenário mais provável passa pela ocorrência de diferentes surtos pelo país, o que seria mais ou menos fácil de conter.
Um cenário já "visto noutras partes do mundo e que parece seguir o caminho habitual da covid-19", afirmou o epidemiologista-chefe Anders Tegnell.
Nessa hipótese, devido ao relaxamento de medidas de restrição, a taxa de infeção "aumentaria rapidamente após uma maior socialização entre as pessoas", mas diminuiria rapidamente "quando as pessoas se consciencializassem do risco e respeitassem certas barreiras como o distanciamento social".
Neste caso, o número estimado de mortes adicionais é de 3.200.
O pior cenário prevê mais de 4.400 mortes adicionais, caso o coronavírus siga a trajetória de uma pandemia clássica.
No "cenário menos negativo", no qual o vírus segue as tendências atuais, a agência prevê que 1.100 mortes adicionais possam acontecer.
Ao contrário de outros países europeus, a Suécia nunca impôs o confinamento à população e fez manchetes no exterior pela sua estratégia considerada frouxa diante do coronavírus.
O país mantém abertas as escolas para menores de 16 anos, assim como os cafés, bares e restaurantes.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 616 mil mortos e infetou quase 15 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.