O diretor nacional de Inquéritos no Instituto Nacional da Saúde (INS) de Moçambique, Sérgio Chicumbe, citado hoje pelo diário Notícias, afirmou que o inquérito vai recair sobre profissionais de saúde, transportadores públicos e privados, vendedores de mercados formais e informais, agentes da polícia e agregados familiares selecionados nos bairros.
"Este exercício vai permitir-nos ter noção da situação epidemiológica na cidade e província de Maputo. Estamos a organizar todo o processo e recursos para que possamos iniciar o trabalho nas próximas duas semanas", adiantou Sérgio Cumbe.
O inquérito sero-epidemiológico, prosseguiu, justifica-se pelo facto de a cidade e a província de Maputo estarem a registar um crescimento de novas cadeias de transmissão.
"A estratégia de vigilância ativa nas unidades sanitárias e o rastreio de contatos não fornece a dimensão real da pandemia", frisou o diretor nacional de Inquéritos no INS.
O inquérito consiste em testes sero-epidemiológicos rápidos para a covid-19, que não detetam a presença do novo coronavírus no momento da sua realização, mas indicam se a pessoa esteve exposta ao vírus.
O resultado é revelado em 15 minutos, ao contrário do teste para a deteção do novo coronavírus, cujo resultado é conhecido em dois dias.
A cidade e província de Maputo, sul do país, estão em segundo e terceiro lugares em termos de número de casos ativos de covid-19 em Moçambique, com 183 e 191 casos, respetivamente, sendo apenas superados pela cidade de Nampula, norte do país, que conta com 241 casos, de acordo com dados de sexta-feira.
As cidades de Nampula e Pemba, esta também no norte, já realizaram inquéritos sero-epidemiológicos, tendo sido declarados locais de transmissão comunitária.
De quinta para sexta-feira, Moçambique registou mais 25 casos positivos de covid-19, elevando o total para 1.582, mantendo-se com 11 óbitos.