As autoridades sanitárias espanholas terão voltado atrás com a ideia do 'cartão Covid-19' ou 'carteira de imunidade', uma medida que tinha sido colocada em cima da mesa pela presidente da Comunidade de Madrid, Isabel Díaz Ayuso, na terça-feira, quando decretou o uso de máscara obrigatório em todos os espaços públicos.
A ideia seria atribuir uma espécie de certificado de imunidade a pessoas que já tivessem recuperado da doença, para poderem entrar de forma mais fácil em locais de risco, como ginásios, museus ou bares.
Esta hipótese já tinha sido mencionada no início da pandemia por vários países, mas nunca foi implementada por causa da incerteza em torno da duração da resposta imunológica. A medida foi, porém, rejeitada pela maior parte dos especialistas em saúde pública, sendo definida como "injusta e ineficaz".
Aos especialistas juntaram-se personalidades políticas e ativistas pelos direitos humanos, que também condenaram a medida, de acordo com o El País.
Esta quarta-feira, depois de um reunião do gabinete ministerial, o vice-presidente madrileno, Ignacio Aguado, indicou que, afinal, não se tratará de um 'cartão'. "Será um registo com o único intuito de recolher informação, para que os próprios profissionais tenham conhecimento dos testes que vão fazendo aos cidadãos", disse, citado pelo jornal, indicando que este registo será apenas acedido por profissionais de saúde, para que possam tomar as melhores ações a nível epidemiológico.
Esta posição é um volte-face relativamente ao que tinha sido anunciado ontem por Ayuso e que previa estar preparado em setembro. "Trata-se de um 'cartão Covid-19', parecido com o boletim de vacinação internacional, que estará incorporado no registo sanitário virtual de todos os madrilenos".