A Huawei é considerada a líder mundial em 5G, um novo padrão de tecnologia móvel que está a revolucionar a Internet e cuja aplicação deve ser acelerada.
A administração Trump multiplicou, nos últimos meses, a pressão sobre os seus aliados para que proíbam o equipamento Huawei, argumentando com suspeitas de conluio do grupo de telecomunicações com Pequim e considerando que existem riscos em termos de ciber segurança.
Numa entrevista publicada quarta-feira pelo diário brasileiro O Globo, o embaixador dos EUA no Brasil, Todd Chapman, ameaça o Brasil de ter "consequências" se permitir que o grupo chinês instale ali a sua tecnologia 5G.
As consequências poderiam ser económicas, disse o embaixador norte-americano ao jornal O Globo.
"Os Estados Unidos estão muito ligados à justiça e reciprocidade", disse à imprensa um porta-voz da diplomacia chinesa, Wang Wenbin.
"Mas na realidade, quando as empresas de outros países se tornam dominantes, a classe política americana inventa desculpas e usa o poder do Estado para as eliminar por todos os meios", garantiu Wang à imprensa.
Brasília deveria lançar este ano o concurso para 5G num enorme mercado de 212 milhões de pessoas, mas a crise do novo coronavírus alterou o calendário para 2021.
O Reino Unido anunciou, em meados de julho, a sua decisão de retirar da sua rede 5G de todo o equipamento produzido pela Huawei, argumentando com um risco de segurança.