Hong Kong adia eleições devido ao agravamento da Covid-19

A chefe do Governo de Hong Kong, Carrie Lam, anunciou hoje que as eleições legislativas, marcadas para o dia 06 de setembro, vão ser adiadas devido ao "agravamento da pandemia" de covid-19 na região.

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Lusa
31/07/2020 11:41 ‧ 31/07/2020 por Lusa

Mundo

Covid-19

"É a decisão mais difícil que tomei nos últimos sete meses, mas temos de garantir a segurança das pessoas e que as eleições decorram de forma livre e justa", afirmou Carrie Lam, em conferência de imprensa na região administrativa especial de Hong Kong.

O adiamento das eleições para o Conselho Legislativo é anunciado um dia depois de as autoridades terem vetado doze candidatos da oposição, entre os quais o dirigente do Partido Cívico, Alvin Yeung, e o líder estudantil Joshua Wong.

Hoje, em conferência de imprensa, Wong disse que se trata de "uma caça às bruxas" referindo-se à desqualificação das candidaturas dos membros da oposição democrática.

"Podem vetar-nos, deter-nos e meter-nos na prisão. Até podem desmarcar as eleições e criar outro parlamento fantoche. Mesmo assim, a nossa voz vai continuar a ser forte. Impedir-me de me apresentar às eleições não vai fazer cair o nosso ideal democrático", disse Joshua Wong.

Na declaração oficial, Carrie Lam disse que o Governo pretende salvaguardar a "segurança pública", referindo-se à pandemia, e que precisa de "garantir que as eleições são justas e imparciais".

Até ao momento não foi anunciada nova data para a realização das eleições para o Conselho Legislativo, mas alguns 'media' avançaram que poderá ser por um ano.

O adiamento das eleições constitui um contratempo para o setor democrático de Hong Kong que esperava capitalizar a atual oposição contra o regime de Pequim.

Os 22 deputados pró-democracia ainda em funções já se mostraram contra o adiamento das eleições sob a justificação da defesa da saúde pública. 

"Os legisladores pró-democracia, que representam 60% da opinião pública, coletivamente opõem-se ao adiamento das eleições, enfatizando a responsabilidade do Governo da região administrativa especial que devia adequar medidas contra a epidemia para garantir a realização das eleições, tal como estava programado", indica um comunicado dos 22 deputados.

A cidade, com 7,5 milhões de habitantes, tem vindo a ser mais afetada pela epidemia global de SARS CoV-2 desde julho, de acordo com os dados do Governo.

As autoridades sanitárias da região indicam hoje que atingiram-se os 3.273 casos de infeção, mais do dobro do que registaram até ao dia 01 de julho.

O executivo adotou medidas restritivas como a manutenção da distância de segurança sanitária e o a limitação da frequência de locais públicos.

Os restaurantes são obrigados a fechar às seis da tarde. 

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