A Hurtigruten tinha previamente cancelado de forma indefinida todos os seus cruzeiros após serem detetados 41 casos positivos a bordo do navio "Roald Amundsen", que efetuava a rota ártica entre Tromso e o arquipélago de Svalbard.
"Devemos tomar estas medidas necessárias para interromper a transmissão do contacto na Noruega. E vamos fazê-lo enquanto investigamos o que falhou no surto em Hurtigruten", disse hoje o ministro da Saúde norueguês, Bent Hoie.
A medida afeta os cruzeiros com mais de 100 pessoas a bordo, mas exclui os restantes barcos.
Trinta e seis tripulantes e cinco passageiros, pertencentes a duas viagens distintas do mesmo barco, foram diagnosticados com o coronavírus responsável pela doença covid-19 desde que na sexta-feira a Hurtigruten informou a existência de dois casos positivos na sua tripulação.
Quatro membros da equipa permanecem hospitalizados em Tromso desde há três dias, enquanto a restante tripulação permanece isolada no barco.
A Agência de Saúde pública norueguesa notificou há oito dias a companhia de navegação sobre a existência de um caso positivo num passageiro que tinha viajado no "Roald Amundsen" para Svalbard entre 17 e 24 de julho, mas apesar de as autoridades aconselharem que fossem informados os restantes passageiros, a companhia não acatou a recomendação.
A Hurtigruten alega que desconhecia essa norma, que seguiu as recomendações dos médicos a bordo e que apenas comunicou os casos positivos dos seus tripulantes quando estes ocorreram, e que coincidiram com a chegada ao porto da segunda viagem do "Roald Amundsen", que manteve a mesma tripulação em ambas.
No entanto, a companhia admitiu "falhas" nos procedimentos internos, enquanto as autoridades abriram uma investigação e o Governo, através de Bent Hoie, afirmou que foi quebrada a "confiança" nesta empresa de cruzeiros.
As autoridades tentaram localizar os 386 passageiros das duas viagens para lhes indicar que cumpram uma quarentena, num caso que pode afetar residentes em 69 municípios do país nórdico.
A Noruega, com 5,4 milhões de habitantes, registou até ao momento 9.268 contágios da covid-19 e 255 mortos, de acordo com os dados oficiais.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 689 mil mortos e infetou mais de 18,1 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Os Estados Unidos são o país com mais mortos (154.860) e também com mais casos de infeção confirmados (mais de 4,6 milhões).
Seguem-se Brasil (94.104 mortos, mais de 2,7 milhões de casos), México (47.746, mais de 434 mil infetados), Reino Unido (46.201 mortos, mais de 304 mil casos) e Índia (38.135 mortos e mais de 1,8 milhões de infetados).
A Rússia, com 14.183 mortos, é o quarto país do mundo em número de infetados, depois de EUA, Brasil e Índia, com mais de 854 mil casos, seguindo-se a África do Sul, com mais de 511 mil casos e 8.366 mortos.
Na Europa, o maior número de vítimas mortais regista-se no Reino Unido (46.201 mortos, mais de 304 mil casos), seguindo-se Itália (35.166 mortos, mais de 248 mil casos), França (30.625 mortos, mais de 331 mil casos) e Espanha (28.445 mortos, mais de 285 mil casos).
Portugal contabiliza 1.738 mortos em 51.463 casos de infeção.