De acordo com o ABC.es, depois de anunciar a sua intenção de abandonar Espanha, o rei emérito Juan Carlos terá viajado para a República Dominicana.
Segundo esta publicação, Juan Carlos viajou este fim de semana para Sanxenxo (Pontevedra), um dos seus destinos favoritos para a prática de vela. Daqui, terá rumado ao Porto, onde acabou por apanhar um avião rumo ao aeroporto de Santo Domingo, na República Dominicana.
A imprensa espanhola acredita que a decisão de eleger este destino prende-se com o facto de um dos grandes amigos do rei emérito possuir residência no país caribenho. Este amigo, sabendo do momento difícil pelo qual está a passar Juan Carlos, decidiu convidá-lo a permanecer naquele país.
Mas o jornal online El Confidencial escreve que Juan Carlos poderá preferir viver em Portugal, onde passou a primeira infância, ou em França ou Itália, onde tem família.
O Palácio Real recusa comentar as especulações, depois de ter publicado uma carta de Juan Carlos ao seu filho Felipe VI, na qual anunciou a sua decisão de se afastar de Espanha para ajudá-lo a "exercer as suas responsabilidades".
O pai de Felipe VI comunicou, esta segunda-feira, ao rei que iria abandonar Espanha e viver noutro país, que, na altura, não revelou. A decisão de deixar o país teve como objetivo evitar a "repercussão pública que certos acontecimentos passados da minha vida privada estão a gerar", justificou, e virá no seguimento das investigações sobre os alegados fundos em paraísos fiscais que Juan Carlos deterá.
Na noite desta segunda-feira, a TVI24 avançava que Juan Carlos se exilaria em Portugal, mais precisamente em Cascais. A estação de Queluz sustentava que Portugal era um destino já bem conhecido do monarca, que aqui passou parte da juventude com os pais.
Recorde-se que a decisão de Juan Carlos acontece quatro meses depois de Filipe VI ter privado o seu pai de uma subvenção pública de quase 200 mil euros anuais, enquanto renunciava a qualquer herança que pudesse corresponder às suas contas no estrangeiro.
A decisão de Filipe VI foi tomada com base nas informações divulgadas sobre uma investigação à origem de 65 milhões de euros que tinham dado entrada num fundo suíço para a fundação Lucum, com base no Panamá, para determinar se eram comissões pagas pela Arábia Saudita a Juan Carlos, como benefício num processo envolvendo a construção de um comboio de alta velocidade em Meca.
Investigação a Juan Carlos
Juan Carlos viu-se envolvido numa investigação judicial, desde o verão de 2018, quando agentes da polícia suíça foram enviados por um juiz para analisar as contas de uma empresa gestora de fundos alegadamente ilegais em paraísos fiscais, onde o rei emérito tem investimentos pessoais.
O antigo rei de Espanha não está a ser investigado, mas fontes judiciais suíças já disseram que pode vir a sê-lo num futuro próximo, embora a lei exija que apenas o departamento fiscal do Supremo Tribunal possa assumir o caso.
A investigação está na fase que pode determinar se há indícios suficientes para poder acusar Juan Carlos de ter cometido algum delito, desde que deixou o trono. Os seus advogados já disseram que o rei emérito continuará a colaborar com a justiça, apesar da decisão de deixar Espanha para viver noutro país.