Dois ex-militares dos EUA condenados a 20 anos de prisão na Venezuela

Dois ex-militares norte-americanos foram condenados a 20 anos de prisão pelo envolvimento num ato que o Presidente Venezuelano afirmou que tinha o intuito de o matar, anunciou sexta-feira o Procurador Geral.

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Lusa
08/08/2020 06:05 ‧ 08/08/2020 por Lusa

Mundo

Venezuela

 

"Eles admitiram ter cometido crimes de conspiração, associação, tráfico ilícito de armas de guerra e terrorismo, tal como definido no Código Penal, pelos quais foram condenados a 20 anos de prisão", escreveu Tarek William Saab no Twitter.

Luke Denmnan e Airan Berry são funcionário da SilverCorp, uma empresa de segurança dos EUA que, segundo o Governo venezuelano, está ligada à tentativa de ataque que resultou na morte de oito pessoas e levou à detenção de 50.

No primeiro fim de semana de maio, oito pessoas morreram e mais duas foram detidas numa primeira tentativa de ataque marítimo que ocorreu no estado de La Guaira, vizinho de Caracas.

Um dos detidos é o Capitão Antonio Sequeda, antigo membro da Guarda Nacional Bolivariana (GNB, uma força policial militarizada), acusado dos crimes de homicídio intencional, traição, tráfico ilícito de armas de guerra, terrorismo e associação criminosa.

Outro participante, Josnars Adolfo Baduel, filho do general, antigo comandante do exército e ex-ministro da defesa Raúl Isaías Baduel, foi também detido sob acusação de terrorismo, conspiração e traição.

O General Baduel foi um aliado de Hugo Chávez e é considerado o arquiteto do seu regresso à Presidência após o golpe de estado que o derrubou durante 48 horas em Abril de 2002. Em 2009 foi enviado para a prisão depois de ter sido acusado de corrupção.

Berry, 41 anos, serviu como sargento de engenharia nas Forças Especiais dos EUA entre 1996 e 2013, período durante o qual foi destacado para o Iraque três vezes, de acordo com a imprensa especializada dos EUA.

Denman tem 34 anos e disse numa declaração do tribunal que tinha ordens para assumir o controlo de um aeroporto perto de Caracas para enviar Maduro para os EUA, onde é procurado sob várias acusações relacionadas com drogas.

"Nesse grupo, havia membros da equipa de segurança de Donald Trump: Airan Berry, um mercenário profissional dos Estados Unidos, e Luke Denman", afirmou Maduro, poucos dias depois do ataque, numa mensagem televisionada junto do alto comando militar.

A empresa que identificaram, Silvercorp, assinou um contrato com o estratega Juan José Rendón, quando este ainda era conselheiro do líder da oposição Juan Guaidó, para estes ataques.

No entanto, Rendón explicou que no final não lhes deu a "luz verde" e que o Guaidó não a assinou.

O líder da oposição na Venezuela, Juan Guaidó, negou também qualquer envolvimento na invasão marítima.

 

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