"Tenho o prazer de anunciar esta noite [terça-feira] que fechámos um acordo com a Moderna para o fabrico e entrega de 100 milhões de doses da sua vacina experimental contra o novo coronavírus. O Governo federal será o proprietário dessas doses da vacina, estamos a comprar", destacou Donald Trump, durante uma conferência de imprensa na Casa Branca.
O laboratório norte-americano Moderna lidera um dos três projetos no ocidente que estão já na fase final de testes clínicos em milhares de pessoas, noticia a agência AFP.
Os resultados preliminares da primeira fase, que contou com um pequeno número de pessoas, mostraram que a vacina gerou uma resposta imunológica.
Segundo o diretor do instituto responsável pelo ensaio clínico, Anthony Fauci, até ao final do ano não se esperam dados sobre se esta vacina é segura e eficaz.
Mas Donald Trump disse pretender obter mais resultados antes das eleições presidenciais nos EUA, que irão decorrer em 03 de novembro.
Este acordo agora anunciado aumenta o investimento público norte-americano na empresa de biotecnologia fundada há menos de uma década e que nunca criou uma vacina até agora, para 2,48 mil milhões de dólares (2,1 mil milhões de euros).
O contrato com a Moderna prevê ainda a opção de compra de mais 400 milhões de doses, segundo revelaram os comunicados da empresa e da secretaria da Saúde dos Estados Unidos.
"Estamos preparados para produzir rapidamente 100 milhões de doses assim que a vacina for aprovada e até 500 milhões seguidamente", disse Donald Trump, apresentando números significativamente diferentes.
A administração liderada por Donald Trump já gastou pelo menos 10,9 mil milhões de dólares (9,28 mil milhões de euros) no desenvolvimento e produção de vacinas.
Além do negócio com a Moderna, foram também firmados acordos para comprar 100 milhões de doses às empresas Johnson & Johnson, Novavax, Pfizer e Sanofi, e 300 milhões de doses da AstraZeneca, elevando o total para 800 milhões de doses até ao momento.
A primeira vacina para a covid-19 registada no mundo foi anunciada na terça-feira pelo Presidente russo, Vladimir Putin, e vai entrar em circulação em 01 de janeiro de 2021, segundo o Ministério da Saúde da Rússia.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 736 mil mortos e infetou mais de 20,1 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Os Estados Unidos são o país com mais mortos (163.465) e também com mais casos de infeção confirmados (mais de 5 milhões).