Além do ministro norte-americano, muitos cientistas ocidentais já admitiram ter dúvidas, devido, sobretudo, à rapidez com que a vacina terá sido desenvolvida.
O ceticismo do ministro da Saúde dos EUA, Alex Azar, foi expresso hoje, após uma visita de três dias a Taiwan.
"É importante fornecer vacinas seguras e eficazes e que os dados sejam transparentes ... Isto não é uma corrida para se ser o primeiro", afirmou em conferência de imprensa hoje realizada.
"Devo sublinhar que duas das seis vacinas norte-americanas nas quais investimos entraram na fase de testes clínicos há três semanas, enquanto a vacina russa está apenas a começar", acrescentou.
"Os dados dos primeiros testes na Rússia não foram divulgados e isso não é transparente", criticou o ministro.
Na terça-feira, o Presidente russo, Vladimir Putin, anunciou o desenvolvimento pelo seu país da "primeira vacina segura contra a covid-19", alegando que uma das suas filhas já a tinha tomado.
A vacina russa foi batizada como "Sputnik V" ('V' de vacina), em referência à vitória político-científica russa que foi a colocação em órbita, em 1957, do primeiro satélite de sempre, e que tinha precisamente o mesmo nome.
Logo após o anúncio da vacina pelo Kremlin, a Organização Mundial da Saúde (OMS) reagiu, pedindo cautela e lembrando que a "pré-qualificação" e aprovação de uma vacina tem de passar por procedimentos "rigorosos".
Muitos países lançaram-se numa corrida contra o tempo para encontrar uma vacina eficaz contra o coronavírus que provoca a doença da covid-19, que já matou mais de 740.000 pessoas em todo o mundo desde que foi detetada, no ano passado, na China.
Os Estados Unidos são o país afetado, com 5,1 milhões de casos de covid-19 e mais de 164.000 mortos
"Achamos que é muito possível termos dezenas de milhões de doses de vacina, seguras e eficazes, até ao final deste ano, e várias centenas de milhões de doses até ao início do próximo ano", afirmou o ministro da Saúde.
O Presidente Donald Trump lançou uma operação chamada "Warp Speed", que visa vacinar todos os norte-americanos a partir de janeiro de 2021.