Foi mandado parar por condução "anormal". Era negro e inspetor da polícia
Agentes da polícia caucasianos queriam provas de que o carro não era roubado. Só o deixaram ir quando mostrou o distintivo.
© Reprodução Charles Ehikioya
Mundo Racismo
Um inspetor negro da Metropolitan Police queixou-se aos seus superiores de ter sido alvo de racismo depois de ter sido parado por dois agentes caucasianos quando estava a dirigir-se para casa, saído do trabalho, em Londres.
Charles Ehikioya [na imagem, com o carro que conduzia na altura] gravou o incidente, que aconteceu no passado dia 23 de maio, e decidiu agora torná-lo público por acreditar que se tratou de “abuso de poder”.
Um dos agentes que mandou parar Charles Ehikioya disse-lhe que tinha sido parado por causa da velocidade a que seguia e porque “parecia que tinha passado um sinal vermelho”. Charles foi obrigado a mostrar a carta de condução, o seguro, a provar que o carro não tinha sido roubado, que não estava bêbado e que não vinha a conduzir enquanto usava o telefone.
De acordo com a gravação do incidente, ouvida pela BBC, o agente dizia que a condução de Charles “era anormal”, algo que foi contestado pelo inspetor. Existiu, por isso, uma acusação de obstrução. “Estas alegações poderiam ter acabado com a minha carreira”, disse o inspetor, na polícia há 22 anos. Os dois agentes foram-se embora depois de serem informados que se tratava de um colega, quando este mostrou o distintivo.
“Eu fui alvo de preconceito racial e não recebi um pedido de desculpas. Tenho filhos e um neto, não quero que sejam tratados desta forma”, disse.
A Polícia Metropolitana determinou, através de comunicado, que recebeu uma queixa mas que “não encontrou evidências de má conduta”. O sargento Steve House, vice-comissário da força, defendeu as ações dos dois agentes e queixou-se, até, que estes foram submetidos “a julgamento via redes sociais”.
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