Tal como tem acontecido todas as semanas dos últimos dois meses, ao por do sol e quando termina o Shabat (dia de descanso dos judeus), milhares de israelitas pegam em cartazes, bandeiras e instrumentos musicais e deslocam-se até à Rua Bafur, no coração de Jerusalém, onde fica a residência do primeiro-ministro.
Embora a mensagem seja clara - o pedido de renúncia do primeiro-ministro - as razões apontadas são diversas, enquanto uns falam de uma gestão irresponsável da crise económica provocada pela pandemia, outros concentram-se no julgamento por corrupção e ainda outros acusam Netanyahu de colocar a democracia em risco pela sua ofensiva contra a Justiça.
A comunicação social local estima que mais de 10 mil pessoas estiveram hoje no principal local de protesto, com outros milhares espalhados por pontes e cruzamentos em todo o país, agitando as emblemáticas bandeiras negras.
Depois de algumas semanas sem incidentes graves, os protestos de hoje ficaram marcados por episódios violentos entre as forças de segurança e um grupo de manifestantes que desafiaram as ordens da polícia e bloquearam algumas ruas.
Pelo menos sete pessoas foram detidas e um polícia ficou ferido.
Estas manifestações ocorrem num contexto de crescente instabilidade política, com os dois principais partidos a ameaçarem com novas eleições.
O Likud, de Netanyahu, e o partido liderado pelo ministro da Defesa Benny Gantz ainda não conseguiram chegar a acordo para aprovar o Orçamento do Estado, com o prazo para um acordo a terminar na segunda-feira.
Se falharem a aprovação do documento e não aprovarem uma lei que estenda o prazo para o fazerem, os israelitas serão novamente chamados às urnas, pela quarta vez em ano e meio.