"Qualquer afirmação sobre um reforço da NATO na fronteira com a Bielorrússia é infundada", disse a porta-voz da Aliança, Oana Lungescu, num comunicado.
Lungescu recordou que a NATO já "deixou claro" que "não representa qualquer ameaça para a Bielorrússia ou para qualquer outro país" e que não concentrou tropas na região.
"A nossa posição é estritamente defensiva", sublinhou, acrescentando que a Aliança Atlântica se mantém "vigilante, preparada para dissuadir qualquer agressão e defender os seus aliados".
O porta-voz também exortou especificamente Minsk a "mostrar total respeito pelos direitos fundamentais".
O Presidente bielorrusso Alexander Lukashenko voltou hoje a acusar os países ocidentais de fornecerem apoio militar a um "presidente alternativo" da Bielorrússia, referindo-se à líder da oposição unificada, Svetlana Tikhanovskaya, que se encontra exilada na Lituânia.
Numa deslocação à região de Grodno, junto às fronteiras da Polónia e da Lituânia, para assistir a um exercício militar, o líder bielorrusso, de 65 anos, reiterou hoje a acusação relativa à deslocação de tropas aliadas para junto às fronteiras da Bielorrússia.
"Vejam que já deslocaram para aqui um 'presidente alternativo'", disse Lukashenko, referindo-se à candidata a Tikhanovskaya. "O apoio militar é evidente [como mostra] o movimento das tropas da NATO para as fronteiras", prosseguiu.
Lukashenko ordenou esta semana às forças de segurança do país que reforçassem a vigilância na fronteira, com "especial atenção" aos movimentos das tropas da NATO nas vizinhas Polónia e Lituânia, cujos governos apoiam a oposição bielorrussa, que exige a repetição das eleições presidenciais.
A Bielorrússia encontra-se mergulhada numa crise desde as eleições de 09 de agosto, em que o Presidente Lukashenko, no poder há 26 anos, recebeu 80% dos votos, de acordo com os resultados oficiais, que o mandatam para um sexto mandato consecutivo.
A principal candidata da oposição, Tikhanovskaya, diz-se vítima de fraude eleitoral, e não aceita a atribuição de apenas 10% dos votos pela Comissão Eleitoral.
Milhares de bielorrussos têm saído diariamente às ruas por todo o país para exigir o afastamento de Lukashenko.
Os protestos têm sido duramente reprimidos pelas forças de segurança, com quase 7.000 pessoas detidas, dezenas de feridos e pelo menos três mortos.