"As Nações UNidas e a comunidade humanitária lançaram dois apelos, o Apelo Rápido Covid-19 e o Plano de Resposta Rápida para Cabo Delgado, no total de cerca de 103 milhões de dólares [87,3 milhões de euros], para lidar com as necessidades mais críticas de milhões de pessoas que enfrentam condições humanitárias severas, que seriam incapazes de resistir ao impacto de saúde e socioeconómico da pandemia, incluindo aqueles que foram desalojados pela crescente insegurança no norte de Moçambique", lê-se numa nota hoje divulgada.
Assinada pela coordenadora residente da ONU em Moçambique, Myrta Kaular, pela chefe de missão da Organização Internacional para as Migrações, Laura Tomm-Bonde, e pelo representante residente do Alto Comissariado na ONU para os Refugiados, Samuel Chakwera, a nota explica que as verbas não chegam para apoiar Moçambique.
"Fizemos tudo o que podíamos com os recursos que tínhamos; muito foi feito, mas é urgentemente necessário mais recursos e esforços adicionais, porque esta é uma altura para a verdadeira solidariedade, um tempo para os parceiros em todo o mundo se unirem em torno de Moçambique e ajudar a proteger a vida dos mais vulneráveis", acrescenta-se no comunicado, que cita várias histórias de moçambicanos ajudados por estes programas humanitários.
"Através destes planos, a ONU e a comunidade internacional vão continuar a apoiar Moçambique no progresso rumo ao desenvolvimento sustentável através da resposta à covid-19", conclui-se no texto.
Moçambique contava hoje com 3.304 casos de infeção por covid-19 e 20 mortos, tendo registado um aumento de mais de 100 casos desde sábado.
O número de mortes por covid-19 em África é hoje de 27.592, mais 270 do que no sábado, num universo de 1.178.770 infetados no continente, cujas regiões Austral e do Norte são as mais afetadas, segundo dados oficiais.
O apelo da ONU surge no mesmo dia em que a consultora Fitch Solutions considerou que Moçambique será o único país da África Austral a evitar uma contração da economia, devendo registar um crescimento económico de 0,2% este ano.