Navalny: Médicos russos não encontraram indícios de envenenamento

Os médicos russos que trataram de Alexei Navalny, principal opositor do Presidente russo Vladimir Putin, afirmaram hoje não terem encontrado indícios de envenenamento no corpo do político nos exames realizados.

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Lusa
24/08/2020 20:54 ‧ 24/08/2020 por Lusa

Mundo

Alexei Navalny

Um dos hospitais de Omsk, na região da Sibéria, onde Navalny esteve internado antes de ser transferido para a Alemanha, alegou não ter encontrado inibidores de colinesterase, enzima que atua junto de um neurotransmissor, a acetilcolina, que controla os músculos.

"Após o internamento no hospital, Alexei Navalny foi testado relativamente a uma ampla gama de substâncias, incluindo inibidores da colinesterase. Os resultados foram negativos", disse às agências russas Alexander Sabayev, toxicologista-chefe da unidade de saúde onde Navalny esteve hospitalizado.

O hospital siberiano também disse estar "pronto para fornecer aos médicos alemães os resultados dos testes laboratoriais e as amostras de biomateriais" de Alexey Navalny, segundo a agência local do Ministério da Saúde russo, que acrescenta que as imagens de ressonância magnética já foram enviadas.

Já o anestesista-chefe do hospital de Omsk, Boris Teplykh, referiu que o opositor de Putin recebeu uma injeção de atropina (medicamento que inibe a ação da acetilcolina) "nos primeiros minutos" que se seguiram à sua hospitalização na Rússia.

De acordo com o hospital alemão Charité, em Berlim, Alexei Navalny está a ser tratado com esse medicamento.

Essa unidade de saúde, localizada em Berlim, anunciou hoje que o corpo de Alexei Navalny apresenta "indícios de envenenamento", após a deteção de "inibidores de colinesterase", e a chanceler alemã, Ângela Merkel, já instou a Rússia a encontrar e a julgar os responsáveis.

Alexei Navalny sentiu-se mal na quinta-feira durante um voo de regresso de Tomsk, na Sibéria, para Moscovo.

A família e a equipa de Navalny suspeitam que tenha sido vítima de um "envenenamento intencional".

O avião aterrou de emergência em Omsk, também na Sibéria, e o opositor esteve aí internado, em coma e ligado a um ventilador, até sábado, quando os médicos russos autorizaram a sua transferência para o hospital Charité, na Alemanha.

A transferência foi realizada pela organização não-governamental "Cinema for Peace", que enviou um avião-ambulância e uma equipa de especialistas a Omsk.

A equipa médica russa começou por recusar a transferência do doente ou o acesso a ele por parte dos especialistas alemães, mas na sexta-feira à tarde acabou por autorizar que os médicos alemães avaliassem o opositor e, mas tarde, que fosse transferido.

 

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