Os promotores dos protestos, que vão desde defensores de diversas teorias da conspiração, a movimentos anti-vacinas, grupos de extrema-direita e também cidadãos insatisfeitos com as restrições à liberdade de movimentos, viram a marcha autorizada pela justiça alemã que, sexta-feira, revogou, a proibição imposta pelas autoridades berlinenses dois dias antes por causa do novo coronavírus.
O Tribunal Administrativo de Berlim revogou a proibição, mas impôs que a ação de protesto decorra sob determinadas regras de segurança sanitária e de higiene.
A polícia da capital e cidade-Estado adiantou que irá disponibilizar um dispositivo de segurança "específico", com o objetivo de evitar situações como as que se registarem a 01 deste mês, em que cerca de 30.000 pessoas desfilaram pelo centro de Berlim.
Na ocasião, a grande maioria dos manifestantes desobedeceu ao uso obrigatório de máscara e não respeitou também o distanciamento social, o que precipitou o avanço das forças de segurança para dispersar a marcha antes da concentração final, no meio de altercações e de algumas escaramuças.
A proibição da nova marcha foi determinada quarta-feira e deveu-se à forte controvérsia em torno do direito fundamental de manifestação, apesar das condições especiais em vigor por causa da pandemia do novo coronavírus, o que levou as autoridades berlinenses a vetar o protesto, alegando não existirem condições de segurança sanitária.
Os organizadores da marcha recorreram então para o Tribunal Administrativo da cidade e advertiram que, se fosse necessário, apelariam também para o Tribunal Constitucional.
As manifestações contra as restrições têm vindo a aumentar por toda a Alemanha nas últimas duas semanas, contando, nalgumas delas, com dezenas de milhares de participantes.
A marcha de sábado em Berlim ocorre numa altura em que o número de casos diários de covid-19 tem aumentado na Alemanha, onde residem cerca de 85 milhões de habitantes e se regista uma média de cerca de 1.500 novas infeções todos os dias.
Sexta-feira, o total de novos casos ascendeu a 1.571, segundo os dados oficiais, depois de as autoridades sanitárias alemãs terem diagnosticado no passado sábado mais 2.034 infetados, o máximo desde fins de abril.
Entre fins de março e princípios de abril, a média de novos casos diários rondava os 6.000.
Acumulado, desde que foi detetado o primeiro caso, em janeiro, a Alemanha registou até sexta-feira 239.507 infetados (213.200 recuperaram, entretanto), enquanto o total de mortes é de 9.288.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 832 mil mortos e infetou mais de 24,5 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito também sexta-feira pela agência francesa AFP.
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