Hassan Diab era o primeiro-ministro quando ocorreu a explosão, em 04 de agosto, que causou a morte a 191 pessoas e devastou bairros inteiros na capital.
O governante, que após a tragédia apresentou a demissão, atribuiu o acidente ao armazenamento "sem medidas preventivas" de 2.750 toneladas de nitrato de amónio no porto de Beirute.
Segundo revelou uma fonte judicial à agência de notícias AFP, o juiz "está atualmente a ouvir Hassan Diab como testemunha, pedindo esclarecimentos sobre vários pontos, incluindo a versão sobre o seu conhecimento enquanto primeiro-ministro da presença no nitrato de amónio no porto".
O juiz pretende ainda saber "o motivo pelo qual não deu indicações ao Governo para agir após as denúncias dos serviços de segurança".
Em 20 de julho, o presidente do Líbano, Michel Aoun, e Hassan Diab receberam um relatório por parte da Direção-Geral da Segurança do Estado, documento a que a agência AFP teve acesso, onde é revelado o "perigo" que representava a presença de grandes quantidades de produtos químicos no porto.
Numa nota divulgada após a explosão, a Segurança do Estado sublinhou ter alertado as autoridades naquele relatório detalhado de que a grande quantidade de nitrato de amónio armazenada poderia, em caso de ignição, causar uma grande explosão.
Entre os 25 detidos após a tragédia está o diretor-geral do porto, Hassan Koraytem, ??o diretor-geral da alfândega, Badri Daher, o diretor-geral de transporte marítimo e terrestre, Abdel Hafiz Al-Kaissi, e ainda quatro oficiais.
Três trabalhadores sírios que realizavam trabalhos de soldagem poucas horas antes da explosão no armazém onde o nitrato de amónio estava armazenado também foram presos.
Segundo as autoridades, aquele trabalho de soldagem terá causado o incêndio, embora os especialistas questionem essa versão.
O Exército libanês descobriu hoje mais de quatro toneladas de nitrato de amónio junto ao porto de Beirute.
De acordo com fontes militares, peritos do Exército foram chamados para realizar uma inspeção e acabaram por encontrar 4,35 toneladas deste perigoso fertilizante em quatro contentores armazenados numa zona próxima ao porto de Beirute.
Sete pessoas continuam desaparecidas após as explosões, de acordo com o Exército libanês.