Os dados mais recentes da universidade independente norte-americana Johns Hopkins colocam a Argentina em décimo lugar no número de infetados, com 478.792 contágios (357.388 recuperados) e na 17.ª posição quanto ao número de mortos, 9.859 até hoje.
Apesar de área metropolitana de Buenos Aires (AMBA), que engloba a capital e arredores e concentra 14 milhões de pessoas, ter registado nos primeiros meses da pandemia mais de 90% dos casos, este número está atualmente abaixo dos 60%, devido à disseminação do vírus no resto do país.
"São muitas as províncias que registam um número importante de casos", reconheceu esta manhã a secretária da Saúde, Carla Vizzotti, no decurso do relatório diário da situação.
Segundo a funcionária, foi detetada transmissão comunitária da covid-19 em 18 províncias, sem que tenha sido possível interromper as cadeias de contágio.
Em 20 de março, o Governo do Presidente Alberto Fernández decretou uma estrita quarentena de duas semanas que foi prolongada até à atualidade, mas que tem sido flexibilizada atendendo à situação epidemiológica de cada distrito.
Num reflexo do cansaço da população, já foram organizadas várias manifestações contra a quarentena, num país atingido há mais de dois anos por uma recessão.
O mais recente prolongamento das restrições, que na generalidade não obrigam ao confinamento mas limitam as reuniões sociais e os voos nacionais e internacionais, entre outras medidas, iniciou-se em 31 de agosto, e num momento em que prossegue o aumento dos contágios e das mortes.
Na cidade Buenos Aires, governada por Horacio Rodríguez Larreta, opositor de Fernández e ao também governador peronista da região, Axel Kicillof, foi decidido retomar as atividades nos restaurantes e bares -- que até agora apenas podiam fornecer produtos para fora --, com a instalação de esplanadas nas ruas acompanhado por protocolos de segurança, apesar da alta incidência de contágios diários.
A medida já foi criticada por diversos responsáveis, incluindo o responsável pela Saúde da província, Daniel Gollán, que manifestou receios "pelo aumento da circulação, que significa aumentar a quantidade de casos num momento em que há muitos casos e a curva não decresce".
Na passada semana, a média diária de novos infetados pela covid-19 situou-se nos 10.052, uma situação que está a provocar uma enorme pressão no sistema hospitalar do país.
A pandemia de covid-19 já provocou pelo menos 889.498 mortos e infetou mais de 27,1 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Os Estados Unidos são o país com mais mortos (188.941) e também com mais casos de infeção confirmados (mais de 6,2 milhões).
Depois de EUA e Brasil, com mais de um milhão de casos, no continente americano seguem-se o Peru, com quase 690 mil casos e 29.838 mortos, e a Colômbia, com mais de 666 mil casos e 21.412 mortos.