Numa reunião de chefes da diplomacia da Liga, com sede no Cairo, Shukri considerou que as ingerências turcas "são uma ameaça para a segurança nacional" dos países árabes e defendeu a necessidade de "uma política árabe unificada" face à atuação da Turquia.
Segundo um comunicado do seu ministério, Shukri deu exemplos do que designou de "descarada ingerência do regime turco", referindo o envio de "dezenas de milhares de terroristas e mercenários para a Síria e milhares de combatentes para a Líbia".
O secretário-geral da Liga Árabe também assinalou na mesma reunião que "a Turquia continua a ocupar partes do território sírio", além das "agressões contra o território iraquiano e a imersão na guerra civil líbia com intervenção militar direta", segundo uma nota.
Abul Gheit expressou a sua "extrema preocupação com a situação na Líbia", onde se encontram milhares de mercenários sírios recrutados e pagos pela Turquia, que desde janeiro intervém oficialmente no conflito ao lado do Governo de Acordo Nacional (GAN), reconhecido pela ONU.
Os mercenários em causa pertencem a fações armadas sírias aliadas de Ancara, que lutam contra o regime de Bashar al-Assad e apoiam as forças turcas no norte da Síria, onde a Turquia intervém há vários anos.
O lado em luta contra o GAN, o do homem forte do leste da Líbia marechal Khalifa Haftar, é apoiado pelo Egito e pelos Emirados Árabes Unidos.
As tensões entre vários países árabes, especificamente o Egito, e Ancara tem aumentado desde 2013, devido à política externa mais expansionista do presidente Recep Tayyip Erdogan e ao apoio da Turquia ao grupo Irmandade Muçulmana, proibido pelo Cairo e outros governos da região.