Sassoli lamenta na 'rentrée' ainda não ser viável sessão em Estrasburgo

O Parlamento Europeu iniciou hoje, em Bruxelas, a sessão plenária de 'rentrée', com o presidente da assembleia a lamentar que a pandemia ainda não permita o regresso a Estrasburgo, que acolheu a sua última sessão em fevereiro passado.

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Lusa
14/09/2020 22:01 ‧ 14/09/2020 por Lusa

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Parlamento Europeu

Na abertura formal da sessão plenária de setembro, que será dominada pelo discurso do Estado da União, a ser proferido na quarta-feira pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, as primeiras palavras do presidente do PE, David Sassoli, foram para justificar a sua decisão de 'transferir' a sessão de Estrasburgo para Bruxelas, que admitiu ter sido "difícil".

"Nós ainda estamos confrontados com esta crise da covid-19. Esperávamos que depois da pausa do verão pudéssemos regressar a uma situação normal, mas constatamos que os nossos países são ainda atingidos pelo vírus. A progressão da pandemia voltou a aumentar em numerosos territórios europeus. Com base nas informações que recebemos das autoridades francesas, tomei, a custo, a decisão de não celebrar a sessão plenária de setembro em Estrasburgo", declarou o dirigente italiano.

Agradecendo aos "presidentes dos grupos políticos o seu total apoio a esta decisão difícil", na conferência de presidentes celebrada na passada semana, David Sassoli disse ainda querer "saudar muito cordialmente, em nome de todos os deputados, a autarca de Estrasburgo e os cidadãos da cidade", que disse esperar ser possível "reencontrar o mais rapidamente possível".

De acordo com os Tratados, Estrasburgo deve acolher 12 sessões por ano, mas este ano recebeu apenas duas, as de janeiro e fevereiro, já que a partir de março foram canceladas ou transferidas para Bruxelas devido à chegada da pandemia da covid-19 a território europeu.

Esta sessão de setembro esteve agendada para Estrasburgo até à semana passada, mas o Parlamento Europeu decidiu transferi-la para Bruxelas na última terça-feira, em virtude de a região francesa do Baixo Reno ter sido classificada como 'zona vermelha' ou de alto risco de contágio.

E é ainda com a crise da covid-19 como pano de fundo que terá então lugar, entre hoje e quinta-feira, a sessão de 'rentrée' do Parlamento Europeu depois das férias de verão, marcada pelo discurso e debate sobre o Estado da União, que também deverão ser marcados pela resposta europeia para superar esta crise.

Inaugurado pelo antigo presidente da Comissão José Manuel Durão Barroso, em 2010, o discurso do Estado da União tornou-se o 'cartaz' da sessão plenária de setembro, sendo a oportunidade de o executivo comunitário e os eurodeputados discutirem os grandes desafios e prioridades para os 12 meses seguintes, sendo esta a primeira vez que o discurso será proferido por Von der Leyen, em funções desde o final de 2019.

Além de previsivelmente muito presente no debate sobre o Estado da União, a crise da covid-19 também domina boa parte da agenda da sessão, com os eurodeputados a votarem um parecer legislativo sobre os recursos próprios, peça essencial do Fundo de Recuperação acordado pelos líderes em julho passado, e a debaterem e votarem uma resolução sobre como melhorar a coordenação dos Estados-membros face à pandemia, como critérios comuns para restrições à livre circulação.

 

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