"Não é o que este país deseja", disse o líder conservador sobre a possibilidade de uma ausência de acordo que teria um impacto na economia britânica, durante uma audiência esta tarde com uma comissão que junta os presidentes das diferentes comissões parlamentares.
"E não é o que os nossos amigos e parceiros da UE querem de nós. Por isso tenho esperança e expectativa de que não será esse o resultado" das negociações, acrescentou.
Boris Johnson, no entanto, recusou ceder na questão da proposta de lei que reverte parcialmente certos compromissos assumidos no Acordo de Saída do do Reino Unido da UE.
Este texto, que segundo o próprio Governo viola o direito internacional, passou a primeira no Parlamento britânico na segunda-feira, apesar da contestação de vários deputados conservadores, tendo sido aprovado por 340 votos a favor e 263 contra.
Ameaçando uma ação legal, Bruxelas deu a Londres até final do mês de setembro para retirar a proposta polémica, que coloca em causa as regras aduaneiras para a Irlanda do Norte destinadas, em particular, a evitar o restabelecimento de uma fronteira físico entre a República da Irlanda, membro da UE, e a província britânica.
"Prefiro ter proteções que garantam a integridade deste país e protejam contra uma potencial rutura do Reino Unido", justificou Boris Johnson, que acusou a UE de falta de "boa-fé" e "senso comum" nas negociações pós-Brexit.
As duas partes continuam a tentar negociar um acordo sobre a sua futura relação comercial, mas as últimas negociações não resultaram em grandes avanços.
Meados de outubro é considerado o prazo para alcançar um entendimento, senão a ausência de um acordo resultará em tarifas aduaneiras no comércio entre o Reino Unido e o bloco europeu a partir de 01 de janeiro de 2021.