"Isto não significa que vamos ceder o nosso lugar na Liga, porque isso criará um vazio que pode gerar cenários diferentes neste momento", adiantou.
A decisão foi tomada em protesto pelo facto de a Liga Árabe não ter conseguido um consenso para condenar os recentes acordos de estabelecimento de relações diplomáticas dos Emirados Árabes Unidos e do Bahrein com Israel, como desejavam os palestinianos.
A Palestina "não se sente honrada por ver os árabes lutando pela livre normalização com Israel durante a sua presidência do Conselho da Liga", justificou Al-Malki.
Os acordos entre Israel e aqueles dois países árabes, assinados na semana passada em Washington, foram considerados pelo ministro dos Negócios Estrangeiros palestiniano como uma "flagrante violação das decisões das cimeiras árabes relativas à Iniciativa de Paz Árabe", de 2002, que propunha a Israel a normalização de relações em troca de um acordo de paz com os palestinianos.
Até agora os países árabes condicionavam a normalização de relações com Israel ao fim da ocupação dos territórios palestinianos pelo Estado hebreu e ao estabelecimento de um Estado da Palestina, pelo que o consenso regional foi rompido pelos recentes acordos, patrocinados pelos Estados Unidos.
Os palestinianos, que classificaram os acordos de "traição", tentaram no passado dia 09 que o Conselho de Liga Árabe, sob presidência palestiniana, emitisse uma declaração rejeitando o pacto dos Emirados Árabes Unidos, mas contaram com a oposição dos Emirados, da Jordânia, de Omã e do Bahrein. Este anunciou dois dias depois um acordo semelhante.
Os Emirados e o Bahrein foram assim o terceiro e o quarto país árabe a estabelecer relações diplomáticas com Israel, depois do Egito (em 1979) e da Jordânia (em 1994).
O secretário-geral da Liga Árabe, Ahmed Abul Gheit, admitiu na semana passada a existência de um "desacordo" entre os países árabes sobre "alguns conceitos" relativos à paz com Israel.
"Estou muito preocupado em preservar um mínimo de denominadores comuns árabes e tentar evitar repercussões negativas sobre a ordem árabe", disse Abul Gueit aos jornalistas na sede da organização pan-árabe, no Cairo.
Considerou, no entanto, que apesar das divergências todos os países árabes "estão comprometidos em apoiar plenamente as exigências palestinianas e os direitos estabelecidos e formulados pelo lado palestiniano" e rejeitam os planos de Israel para a anexação dos territórios palestinianos e o reconhecimento de Jerusalém como capital israelita.