A ocorrência registou-se no distrito de Palma perto do local onde um ataque a transportes de pessoas e mercadorias fez 24 mortos e vários desaparecidos no dia 12.
Três homens saíram na quinta-feira, depois das 12:00 locais (11:00 em Lisboa), da aldeia Segundo Congresso para fazer compras em Pundanhar, junto ao rio Rovuma, que separa Moçambique e a Tanzânia, mas não voltaram.
Hoje, um grupo de pessoas encontrou-os mortos, no trajeto de poucos quilómetros que deviam ter percorrido, e recolheu os seus corpos.
Outro incidente foi relatado na mesma altura e na mesma zona.
De acordo com fontes locais, um veículo de transporte de pessoas e mercadorias oriundo de Mueda e com destino a Palma foi atacado e incendiado juntamente com todos os bens na manhã de quinta-feira entre Nangade e Pundanhar.
Aquela via em terra batida, pelo meio do mato, tem sido a única ligação por terra ainda usada com relativa segurança para abastecer Palma, vila dos megaprojetos de gás, dado que grupos insurgentes tornaram arriscado transitar da povoação para sul, em direção a Mocímboa da Praia, através da única via asfaltada de Cabo Delgado.
A província costeira mais a norte de Moçambique, que faz fronteira com a Tanzânia, enfrenta uma crise humanitária com mais de mil mortos e 250.000 deslocados internos após três anos de conflito armado entre as forças moçambicanas e rebeldes, cujos ataques já foram reivindicados pelo grupo 'jihadista' Estado Islâmico, mas cuja origem continua por esclarecer.