O ministro da Saúde espanhol, Salvador Illa, defendeu ontem, durante a atualização da situação pandémica no país, que os argumentos que sustentam a decisão do governo central respondem a uma "luta epidemiológica" e não "ideológica".
Recorde-se que Salvador Illa esteve ontem ao fim da tarde reunido com o conselheiro da Saúde da Comunidade de Madrid, Enrique Ruiz Escudero, e as suas correspondentes equipas técnicas. O governo central e executivo regional estão num braço de ferro sobre as medidas que devem ser implementadas na capital espanhola, a mais atingida pela doença, para lutar contra a pandemia.
"Vou falar de dados e de ciência. Não vou falar como político, mas como ministro da Saúde e pessoa preocupada", começou por dizer, citado pelo El Mundo, na mesma conferência de imprensa em que foram anunciados mais 31.785 novos casos de Covid-19 desde sexta-feira passada, mais de 40% em Madrid.
"Já vamos tarde, temos de atuar com determinação", acrescentou, explicando que Madrid comunicou 13.449 novos casos desde sexta-feira, o maior registo daquela comunidade nesta segunda vaga da pandemia. "Isto são dados", disse Illa, que mostram que "em Madrid há transmissão comunitária, como temos dito".
"A pandemia não está controlada, vemos que aumenta a cada semana", disse.
Os habitantes de Madrid aceitam as medidas que restringem a sua mobilidade em determinados bairros, mas estão divididos sobre a questão, havendo muitos que defendem que as limitações deviam ser estendidas a toda a cidade.
Mais de um milhão de pessoas, na região de Madrid, só pode sair dos seus bairros para satisfazer necessidades básicas, como ir a centros médicos, trabalhar, estudar ou levar os filhos à escola, cuidar de pessoas dependentes ou para viajar, entre outras.