"Quatro Estados-membros, Brasil, Portugal, São Tomé e Príncipe e Moçambique já aprovaram as suas estratégias digitais, e todos reconhecem que o digital, com a pandemia, passou a ser uma ferramenta do dia a dia", afirmou Manuel Lapão.
De acordo com o diretor de Cooperação da CPLP, os países sentem agora a necessidade de investir no processo de digitalização, porque estão conscientes de que quem não o fizer corre o risco de perder o caminho da recuperação económica no período pós-pandemia.
Manuel Lapão falava à Lusa, após uma reunião dos pontos focais da governação eletrónica dos Estados-membros da CPLP, que decorreu hoje em ambiente virtual, e que antecipa alguns dos assuntos a abordar na reunião interministerial da governação eletrónica, prevista para 26 e 28 de outubro.
Por outro lado, há também o reconhecimento por parte dos países da necessidade de legislação para regulamentar o setor e de investimento para garantir uma diminuição das assimetrias que ainda existem a nível interno no acesso aos meios digitais.
Segundo o diretor de Cooperação da CPLP, na reunião de hoje foi ainda admitida a possibilidade de parcerias entre o setor público e o privado no domínio da segurança de dados.
Manuel Lapão realçou ainda o facto de que toda a informação dos Institutos de Saúde Pública dos Estados-membros sobre a covid-19 está garantida e vai prosseguir, o que é "importante para os cidadãos".
A pandemia de covid-19 já provocou mais de um milhão de mortos e mais de 33,4 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 1.963 pessoas dos 74.717 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
Entre os países africanos que têm o português como língua oficial, Angola lidera em número de mortos e Moçambique em número de casos. Angola regista 179 mortos e 4.905 casos, seguindo-se a Guiné Equatorial (83 mortos e 5.028 casos), Moçambique (59 mortos e 8.556 casos), Cabo Verde (59 mortos e 5.900 casos), Guiné-Bissau (39 mortos e 2.362 casos) e São Tomé e Príncipe (15 mortos e 911 casos).
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
A CPLP é composta por Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.